29 de agosto de 2010

Chegou a hora...de voltar

"Times have changed and times are strange. Here I come, but I ain't the same. Mama, I'm coming home. Times gone by seems to be. You could have been a better friend to me. Mama, I'm coming home..."

Barcelona, Espanha

E chegamos (vivos!) ao nosso último post aqui no velho continente. Hoje, dia 30 de agosto, segunda, é o meu último dia aqui na Europa. Falo da casa do meu amigo Calumby aqui em Barcelona, Espanha. Engraçado quantas vezes estive aqui. Foi sempre o meu porto seguro. Especial, Barcelona ficará pra mim. Foi a primeira cidade da Europa que conheci e a última antes de retornar. Tantas vezes fui e vim de países e cidades, de viagens e festivais e sempre, voltava pra cá, meu porto seguro. Por esses motivos, Barcelona e Espanha, ficarão guardadas num lugar especial aqui do pulsante. Nesses três meses de idas e vindas, me acostumei ao povo espanhol, aos costumes, aos cortes de cabelo de cachorro de alguns, aos catalões rabujentos e mau-humorados, às moças bonitas, o idioma muito feio (desculpem, hehe), o calor infernal (ontem fez 43 graus aqui), o excelente transporte (ônibus e metrô), que eu aprendi a dominar, as ruas, vias, praças, enfim. Me acostumei aos carrões nas ruas aos montes. Me acostumei às belas paisagens. Barcelona é sim, uma cidade linda, quente, bacana, ótima pra se conhecer, se viver, comer, conhecer gente. Se alguém me pedir sugestões pra onde ir numa viagem, não pensarei duas vezes antes de sugerir Barcelona. Aos que conhecem, devem concordar comigo, aos que não, podem inclui-la no seu roteirinho de próxima viagem.

Vivemos muitas aventuras nessa minha louca viagem que durou três meses. Saímos do Brasil no dia 07 de Junho de 2010 e estarei de volta, na próxima quarta-feira, dia 01 de setembro. Deixamos o Brasil, Recife e fomos rumo a São Paulo, nosso primeiro destino antes de deixar o país. Nos meses seguintes, estivemos num total de 15 países (Brasil, Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Finlândia, Hungria, Inglaterra, Irlada, Itália, Letônia, Noruega, Portugal, Romênia e Suíça) e 32 cidades (Recife e São Paulo no Brasil, Berlim, Hamburgo, Wacken e Stuttgart na Alemanha ;Bruxelas e Hasselt na Bélgica, Barcelona, Bilbao, Girona, Madri e Valência na Espanha, Paris na França, Helsinque, Tampere e Pori na Finlândia, Budapeste e Biharkeresztes na Hungria, Derby, Londres e Stevenage na Inglaterra, Dublin na Irlanda, Roma, Udine e Veneza na Itália, Riga na Letônia, Bergen na Noruega, Lisboa em Portugal, Cluj-Napoca e Timisora na Romênia e Zurique na Suíça. Fizemos 27 viagens de avião, 15 de trem e 2 de ônibus. Conhecemos lugares históricos da humanidade como o muro de Berlim, Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Torre de Londres, London Eye, Big Ben, London Bridge, Hyde Park, Notting Hill, Reeperbahn, Praça Espanha, Praça Catalunya e tantos outros. Vimos 64 shows, totalizando 21 dias de apresentações em que estive presente nos maiores e mais famosos festivais de rock do mundo como o Download Festival no igualmente histórico autódromo de Donington Park (tão especial pra nós, fãs de automobilismo e de Ayrton Senna) na Inglaterra, Sonisphere Festival na Suíça, Finlândia (que se tornou uma apresentação histórica após uma tempestadade de cinco minutos que devastou uma cidade), Inglaterra (no igualmente histórico Knebworth Park que já viu lendas como o Led Zeppelin), Wacken Open Air, Alemanha, o maior festival de metal do mundo, BBK Festival na Espanha num dos lugares mais lindos que alguém pode ir na vida, Sziget Festival na Hungria, no meio do pavoroso leste europeu, Pukkelpop Festival, Bélgica, simplesmente o lugar que mais vi gente bonita na vida e inúmeras bandas de todos os cantos do mundo, tendo no meu velho e amado Iron Maiden, como apresentações principais. Foram 10 dos 11 shows dos caras na Europa. Lá se vão 13 shows nas costas da Donzela de Ferro. E tantas experiências. Gente conhecida do mundo todo, um lote de cuzões em todos os lugares que fui, mas, igualmente outro lote de anjos que me ajudaram nos momentos mais difíceis da viagem. O polônes que me cedeu a barraca, os caras da Galícia que idem, o Thiago do Paraná que me salvou em Portugal, os finlandeses que também seguiram toda a turnê européia do Maiden e me abrigaram na Romênia. Os caras do Piauí que me salvaram no Wacken (você é beeeesta rapaz?!!). Tantas boas histórias que até as ruins foram extremamente válidas. A enorme força financeira e afetiva de excelentes e fiéis amigos como Calumby, Rena, Cynthia, Dea, Elton, Raul, Hugo e meus pais. Estas poucas pessoas tornaram essa viagem possível e ainda tenho muito a me acertar com elas em todos os setores. Vocês me salvaram tantas vezes, queridas e fiéis pessoas, confiaram e ainda estão confiando em mim, não lhes deixarei na mão. O maluco aqui conquistou uma auto-confiança que é tão difícil pra vocês entenderem de como eu consigo enxergar positivo e calmamente em situações de incerteza total como a que vivo. O que importa é que eu consigo enxergar saída pra tudo, portanto, mesmo que pareça tão impossível resolver minhas pendências, eu só confio em mim mesmo e tenho total tranquilidade, pois sei que eu vou resolver. Não consigo explicar a vocês de onde vem minha tranquilidade e calma. Mas eu apenas sei que vou conseguir. Meus próximos meses no Brasil serão intensos no exercício constante de construir essas soluções, mas, isso, por mais maluco que possa soar, é extremamente desafiador pra mim e, por isso, divertido. O que pode parecer um caos, uma enorme dor de cabeça e noites sem sono, pra mim, é um imenso e divertido estímulo. É meio maluco, hehe, eu sei, mas é assim que eu sinto a coisa, hehe. Serão intensos esses meses pra por tudo em ordem. Ahhh, tantas pendências. Tantas coisas pra resolver. É daí que vem meu estímulo pra ir em frente. A vida, enquanto eu estiver vivendo-a, nessa minha recém-adquiridade forma de enxergar tudo azul e pelo lado bom, pra mim, será intensa. O ano passa mais rápido e tranquilo, assim. Ah, pessoas, isso é tão bom. As incertezas divertidas-estimulantes que a estrada de traz. No próximo ano, quem sabe, estaremos de volta à estrada, dessa vez, não só pela Europa, mas pelos seis continentes. Sim, a Antártica está inclusa no nosso giro. Como conseguirei, aonde arrumarei dinheiro pra isso? Eu não sei. Pra ser honesto, eu apenas sei que vou conseguir. Da minha estranha-forma-tranquila e auto-confiante de tornar possível o impossível que todas as pessoas pintam pra mim. Não duvide de onde um maluco pode chegar. Não conte nos dedos de uma mão quantas cores pode pintar a forma de enxergar a vida de um sem-noção como eu. Estaremos trabalhando na construção do nosso sonho-real nos próximos meses, pessoas. Serão meses constantes. Estímulo e auto-confiança não me faltarão.

Muitas histórias vividas nestes longos três loucos meses que mudaram (pra melhor) radicalmente o rumo da minha vida. Tantas pessoas, tantas nacionalidades, tantos aviões, aeroportos, trens, ônibus, metrôs. Tantas noites sem dormir. Tantos cochilos em aeroportos e estações. Tantos albergues. Tanto frio, tanto calor. Não é segredo pra ninguém que isso tudo só aconteceu depois de uma terrível decepção afetiva. Mas, como diz o clichê de vida, há males que vem pro bem e, este, veio muito pro bem. Estava me sufocando num casulo há anos. Decidi voar e tocar o sol. Após meses e meses sentindo uma dor sufocante no peito, um cheiro de morte rastejante na espreitta, chorando a dor da perda, chorando a dor da traição, emagrecendo a cada minuto, no barulho do meu silêncio, contando as pedrinhas lá no escuro do fundo do meu poço, eu decidi, pela primeira vez na vida, escolher lutar e não mais chorar e me lamentar. Escolhi não me tornar uma pessoa amarga e rabujenta após esta enorme rasteira. Escohi começar, finalmente, a viver. Ah, pessoa ruim, obrigado por sair da minha vida. Demorou 27 anos pra eu conseguir enxergar. Dizem que esta idade traz a crise a todos os seres humanos. Muitos gênios tortos morreram nesta época, também. Decidi não morrer, ainda que eu não seja nenhum gênio nem nenhum herói. Talvez, tenha me tornado um herói de mim mesmo, porém. Cortei todos os SES, assumi (e assumo) todos os riscos que uma maluquice dessas exige como moeda de troca e embarquei nessa minha irreponsável e inquieta jornada, porém, deliciosa. Uma maluquice sem prazo de validade, que não tem certeza de nada do que vem pela frente, mas que assim, dessa forma sem-noção e irresponsável, inconsequente e pirada, me traduziu o significado dessa palavra que chamam de felicidade. Continuo achando que a felicidade é apenas uma palavra bonita ilustrando dicionários empoeirados. Prefiro dizer que existem momentos felizes e não felicidade constante. Como diz uma música do Wander Wildner "Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro...". Mas, foi assim que eu encontrei o meu rumo. Não estou perdido como pode parecer pra alguns. Estou muito bem seguro e achado na minha estrada de ilusões, hehe. Simplesmente não penso mais nos ses, nos serás, nos nãos, que, na maioria das vezes, somos nós mesmos que dizemos a nós mesmos. Os muros de Berlim, somos nós mesmos que construimos. Os martelos pra derruba-los, também depende de nós. Eu encontrei a leveza do meu ser nessa vida errática, inconstante e incerta. Tadinho do coração da mamãe. Encontrei minha paz de espírito na tênue linha de estar feliz vivendo momentos e de não SER VIRTUALMENTE feliz sonhando com estados inalcansáveis. Me sinto como o Ícaros, voando alto e tocando o céu. Minhas asas podem até ser de penas e a cera pode derreter com o calor do sol ou a umidade do mar. Mas, até que isso aconteça, eu vou continuar voando. Esteja onde estiver.


PS: Dedico isso aos meus poucos e fiéis amigos. Agradeco por simplesmente conhecer vocês. Rena, Calumby, Cynthia, Dea e Ró, Elton e Bil, Raul, Jorge, Tiago do Paraná, Tiago Maiden, McMala e Nessa, Pimpolho-Nanico-Narigudo e família, Hugo, Fafá, Fofão, Rebequinha e Beth, Erik, Guigui e família, Paulo César, Fofito e Rodrigo, Arcanjo, Vandinha, esposo e nenem, Tenis, Iuri, Mariano, Camillo, Mel e John, Amália e Castor e o cidadão(ã) que vem por aí, Maddog, Graciliano, Wal e esposo, Bodão, Adrien e Maxi da Galícia, Gregory da Polônia, Tuomas e Verneri da Finlândia, Luciano e Marcus Vinícius do Piauí, Tiago do IMB e CIA, Igor do Blog 666, fãs do Maiden em geral e pessoas de todo o mundo que acompanharam o blog que apenas começou, pois nossa aventura está apenas no início, hehe, e claro, meus queridos pais que me ajudaram e sofreram tanto nessa viagem, hehe. À foca e ao meu cunhado Ricardo. Pessoas, estou voltando. Tudo de bom e até jajá. Up the Irons!

12 comentários:

  1. Oww meu amigo!! Estou extremamente feliz com a sua felicidade e as suas conquistas!! Torço hoje e sempre por você e estou te esperando aqui ano que vem!!

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  2. Bora meu velho ! de volta a melhor cidade do mundo ! Hellcife!

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  3. E aí Junior, belessa?
    Tenho acompanhado seu blog e não outras palavras pra te dizer, senão PARABÉNS!!
    Parabéns por simplesmente fazer seus sonhos pu alguns deles de tornarem realidade. Pra quem gosta de rock/metal ficou aquela "inveja" de você, mas você passou perfeitamente suas aventuras pelo blog. Aventuras essas que compartilhava com minha esposa e filho.
    Cara, quando voltar mande todas essas suas aventuras pro Programa do Jô, que dúvido que ele não te chame pra contar isso lá, pessoalmente.
    Parabens mais uma vez e boa viagem de volta.
    Belmilson

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  4. Juniooooooooor

    Todos nós com certeza estávamos torcendo por você!

    Espero que isso seja só o começo de outras aventuras por vir. E Barcelona está na minha lista mesmo, ADORO cidades quentes!

    Pode passar por Seattle que ja tem um canto pra dormir. Esses dias vi o Zakk Wylde que autografou o cd pra mim hehehe

    Tudo de bom para você meu caro!

    Marcela, Adrien & Julien

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  5. Boa sorte na solução das pendências. Creio eu que depois de tudo que você passou na Europa, o resto serão só flores. Um abraço, valeu por dividir conosco os grandes momentos da sua viagem.

    Lysa
    -RS-

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  6. Cara, sem palavras pra descrever o quanto foi extremamente interessante ler cada parágrafo escrito nesse blog, a cada aventura relatada aposto que o pessoal que acompanhou ficava se imaginando "pow, quando sera o proximo post?". Meus sinceros PARABÉNS! não apenas por ter vistos esses vários shows, mas simplesmente por ter se erguido e ido em frente! É assim que a vida tem que seguir!! Parábens!!

    Diogo - Aracaju/SE

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  7. Bicho, só tu pra ainda me chamar de Tenis ainda hoje em dia... Todo mundo migrou pro Thiers mesmo, mas como tu é lentinho, ainda chama de Tenis, entendo...

    ...aviso logo, se trouxer de volta essa PORRA de chapeu, eu vou enfiar ele no teu cú, joga essa porra fora ai, tou avisando...

    Avoa putinha, dessa vez de volta ao inferno... digo Hellcife...

    Ai dentro .!.

    PS: JÁ OUVIU FALAR NUMA COISA CHAMADA, PARÁGRAFO, SEU VIADO??!!!

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  8. É isso ae criatura do pântano. Aproveitou bem pra caralho e agora ta voltando pra já planejar a próxima.

    Lembra de passar por aqui pelas terras geladas (nem tanto no momento) do Canadá.

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  9. Que gordo chato do caralho!! Eu nunca chamo ninguém pelo nome e vou continuar assim. Logo, tu vai continuar sendo Tenis. Deixa a porra do meu chapéu em paz. Que inveja triste!! Falou tanto que o perdi na confusão do show da Hungria. Mas só por implicância vou comprar um igual. Parágrafo tem aos montes aqui, ainda bem, eu sei escrever. Agora, se tu é mongol e não sabe o que significa uma porra de parágrafo longo, o problema é teu. Que bicho chato do caralho! Até quando a gente lembra dele, reclama. Putz!!

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  10. Ró e Monstro. Tão fodidos que no ano que vem vou visitar os dois. Deem um jeito de irmos juntos à corrida. Tudo de bom pra voces, obrigado pelo carinho e até 2011.

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  11. Ao resto do povo, obrigado pelo carinho e votos de boa sorte de sempre. A tu, TENIS, vai tomar no cu de novo. Que bicho chato do caray!! Não vou lembrar mais de você da próxima vez, sua bicha!

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  12. Meu véi, peregrinada boa essa viu? Quando vc retornar, vamos nos encontrar e colocar o papo em dia. :D

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