8 de novembro de 2011

Pearl Jam - Morumbi, São Paulo - 04/11/2011

"Daddy didn't give attention, to the fact that mommy didn't care, king Jeremy the wicked, oh, ruled his world..."

Recife, Brasil

Após umas sete horas bem dormidas numa noite gelada, finalmente as baterias estavam recarregadas depois de quase dois dias inteirinhos sem dormir. Era dia do segundo show do Pearl Jam em fucking São Paulo. Meu primo precisava encontrar a patroa e lá fomos eu e Cynthia-menina, menina-Cynthia deixar o cidadão em Congonhas onde ele encontraria com ela. Cuidei do seu filho direitinho até a sexta viu, dona Lúcia, dessa sexta em diante, o ofício ficou com a Rafaela.

Se o percurso Saúde - Morumbi foi relativamente rápido na quinta, a sexta não foi tão agradável assim. Meio óbvio, São Paulo, a cidade do caos com suas mais de onze milhões de pessoas (muito maior que muitos países) se eleva à enésima potência em termos de trânsito e caos quando é sexta-feira. A gente saiu de casa às 16h30 e chegamos ao estádio por volta das 20h15. Acho que não precisamos falar mais muita coisa, né...

Mas é sempre preciso olhar o lado positivo das coisas, não? O negativo, a gente finge que não existe. No meu mundinho autista, eu sempre finjo assim. Tenho alergia a qualquer forma de realidade. "Lá do alto deve ser bonito..." O lado positivo seria esperar quase nada pelo segundo show do Pearl Jam (previsto pras 20h45). Se na quinta, mesmo com as arquibancadas vazias, já havia cerca de quarenta mil pessoas no Morumbi, na sexta, com as arquibancadas cheias e coloridas, umas sessenta mil pessoas esperavam o Pearl Jam. Casa cheia. Bonito. Todos esperando uma das últimas bandas autênticas e carismáticas nessa vida cada vez mais fútil e artificial.

Assim como a sexta, o show (que deveria começar às 20h45), atrasou meia hora como a sexta e começou entre 21h10 e 21h15. Se na quinta, o início foi lento e hipnótico com "Release", a sexta começou quebrando tudo com "Go". Logo em seguida, "Do the evolution" pra heavymetalizar o frio e de São Paulo (embora não tanto como na sexta). Público devidamente aquecido, banda novamente feliz, lá íamos, segundo o próprio Eddie Vedder, pro show mais longo da turnê em homenagem ao maior público da turnê. Com sua tradicional simpatia e esforço, Eddie Vedder, em bom português falou: "Vocês estão lindos essa noite" e logo depois: "Vou falar em inglês porque meu português é uma merda..." O Pearl Jam não precisa ser artificial e forçado pra agradar seu imenso e fiel público, mas a cada gesto simpático como esse, a banda se torna imune a qualquer risco de crítica ou antipatia e aumenta a cada vez mais a fidelidade e amor dos que a acompanham...

Se na quinta, eu já havia ficado muito satisfeito com o set list que teve "Even Flow", "Daughter", "Alive", "Black", "Rearviewmirror", "I Believe in Miracles", "Rockin' in the Free World" e outras, igualmente tinha sentido falta, e muita, de outras clássicas como "Wishlist", "Given to fly", "Jeremy" e até "Last kiss" que teve um erro da banda e caretas dos músicos que pareciam ter esquecido de toca-la, mas após umas caretas entre si, acharam o rumo. Acho linda essa espontaneidade duma banda desse porte errar ao vivo e não se abalarem, sendo apenas humanos. A banda, mais uma vez, é tão mágica e autêntica, que até quando erra, ganha a simpatia de todos...

E muito rapidamente, o show de duas horas e meia chegou ao fim com aquele sentimento escondido de tristeza por ser o final. O Pearl Jam é uma banda tão boa, tão autêntica, que mesmo que mescle músicas bem conhecidas com outras nem tanto, não deixa as pessoas entediadas em momento algum. O Eddier Vedder no seu esforço de apresentar a banda em português e arriscar elogios e piadas, igualmente em português, tem o público na mão o tempo todo. O carisma em pessoa. Que a próxima passagem do Pearl Jam pelo Brasil não demore mais longos seis anos...

Depois duma longa caminhada chegamos ao carro por volta das 0h30, após outro longo giro por São Paulo (a cidades da filas) atrás duma lanchonete, estávamos em casa às 2h30 já do sábado. Minha amiga-eterna-inquilina, Cynthia-menina, menina-Cynthia, precisaria ir à faculdade na manhã do sábado e só voltaria na madrugada. Sendo assim, não a veria mais. Como minhas economias eram curtas, apesar do meu vôo só sair às 23h10 do sábado, resolvi ficar o sábado inteiro mofando na casa dela assistindo séries, fuçando a internet e esperando o tempo passar. E passou rápido.

Um casal de amigos fez o favor de me dar carona até Congonhas, juntamente com outros dois amigos de Hellcife que tinham ido a São Paulo especialmente pro Pearl Jam como eu. Cheguei à Guarulhos por volta das 18h30 e lá teria quase cinco horas de espera, mas tudo bem. Vôo pontualmente pronto pra sair mas, longos minutos e o avião não saia do canto. As pessoas começaram a ficar impacientes. Era um passageiro que havia passado mal e tava morrendo lás nas cadeiras de trás. O avião teve que retornar pro pátio de embarque pra desembarcar o pré-defunto e sua mala. Pouco depois, soube-se que o cidadão era marinheiro de primeira viagem, tava se cagando de medo de voar e tomou um monte de comprimido pra não vomitar nem entrar em pânico. A pressão do infeliz baixou e atrasou a vida de quase duzentas pessoas. Pré-defunto cagão retirado e uma hora de atraso, finalmente no ar. Lá íamos nós de volta pra casa...

Enquanto o avião se preparava pra decolar, um guri de seus três anos, fazia infinitas perguntas: "Ow pai. O avião já tá voando?" - Não filho, ainda não. "Ow pai, porque a moça do avião tá de preto. Ela tá triste?" - Não, filho. É a roupa da companhia". "Ow pai, eles vão dar comida a gente?" - Sim, filho. Jajá. "Ow pai..." - Larga de ser perguntador, moleque. Se você não ficar quieto, o avião não vai voar e a gente vai ficar com fome!" Fez-se silêncio, então. Mas gostei do guri perguntador. Simpático. Na outra poltrona do lado, na fileira do outro lado do avião, uma bichinha matuta fazia poses pras próprias fotos. Escolheram a dedo as pessoas mais feias existentes pra esse vôo de volta. Não que eu seja um modelo, mas a coisa tava feia. A tal da bicha pobre é deprimente, viu! Caras e bocas pra nas fotos solitárias pra postar pras amigas bibas no orkut: "Olha eu voando, beeecha!! Arrasei!!" Ávestruz, né McMala? Hehe...

Dei a sorte de não haver ninguém ao meu lado e pude fazer das três poltronas uma cama improvisada. Usei minha mochila, igualmente improvisada, como travesseiro. Não costumo conseguir dormir em aviões, mas quando a viagem de três horas se resume a dez, percebe-se que você, ao menos, cochilou. Já em Hellcife, fui recebido pela minha amiga de sempre, a chuva. Gentil. Fui pegar um táxi e me cobraram R$ 55,00. "Amigão, não sou turista e mesmo que fosse, não seria otário o suficiente pra pagar isso num percurso de 10 Km's. Brigadão, bonitão, mas ali atrás tem um bando d'otário que você pode enganar. A mim, não. Tudo de bom." E me retirei rindo da cara do imbecil. Atravessei a rua do aeroporto e peguei um táxi igual por R$ 20,00. Assim terminou mais uma de minhas dezenas de aventuras por esse mundão atrás das minhas bandas favoritas. Enquanto essas bandas existirem, estaremos voando, cantando um pouco de sonho, vivendo um pouco de ilusão, fazendo existir e pulsar esse negócio que chamam de vida, esteja onde estiver...

Set list

Go
Do The Evolution
Severed Hand
Hail, Hail
Got Some
Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town
Given To Fly
Gonna See My Friend
Wishlist
Amongst The Waves
Setting Forth
Not For You / Modern Girl
Even Flow
Unthought Known
The Fixer
Once
Black

Bis 1

Just Breathe
Inside Job
State Of Love And Trust
Olé
Why Go
Jeremy

Bis 2

Last Kiss
Better Man / Save it for Later / I Wanna Be Your Boyfriend
Spin The Black Circle
Alive
Baba O'Riley
Yellow Ledbetter

PS: Post dedicado ao meu amigo Bubu e sua esposa Dani que, gentilmente, me deram carona até Congonhas. Brigadão, pessoas. Até março no Roger Waters. Um abraço e at'outra vez.

6 de novembro de 2011

Pearl Jam - Morumbi, São Paulo - 03/11/2011

"Oh I, oh, I'm still alive..."

Recife, Brasil

Nossa viagem começou às 22h da quarta-feira, dia 02 de novembro de 2011. Nosso vôo sairia às 01h35, mas às 22h, eu já tava na casa do meu primo-irmão arrumando tudo. Seria a primeira vez do cidadão em São Paulo e a primeira vez num show grande. Após muito zumbido na cabeça dele, consegui convencê-lo a ir. Ok, a namorada dele também estaria lá e isso o fez pensar. Mas que eu tive minha parcela de incentivo tive. Grande parcela, eu diria, hehe.

Pegamos um táxi-ninja e antes de chegarmos ao aeroporto a gente já tinha voado. O caba fez Madalena/Aeroporto em dez minutos. Já no aeroporto, a gente esperou pouco mais de uma hora e já estávamos no avião. Bem que a gente tentou dormir no võo, mas nada feito. Breves cochilos e nada mais. Saímos de Hellcife com 28 graus. Chegamos em fucking São Paulo com 12. Primeira parada: banheiro, botar uma segunda camisa e uma jaqueta, já que eu tava congelando. Sim, além do frio, ainda tinha o vento. Meu primo tirou onda, mas ele tava com sua jaqueta de motoqueiro receitada por mim. Aquecido é fácil tirar onda dos outros né, infeliz? "Tu e tuas ondas né, boy..."




Chegamos em Guarulhos umas seis da manhã e logo pegamos o buzão rumo à Congonhas. Nas duas horas de percurso, a gente conseguiu cochilar melhor. Ônibus com frio e suspensão a ar é bem mais convidativo pra dormir que um avião. O avião era novinho, mas mesmo assim, nenhum conforto. Ao chegar em Congonhas, meu primo ficou espantado que a gente teria que enfrentar duas filas quilométricas pra pegar um táxi. A primeira pra comprar o ticket, a segunda pra entrar no carro. Custaria seus R$ 25,00 e uma hora pra gente conseguir entrar num táxi. Sendo otimista. Pegamos um ônibus e em meia hora chegamos ao nosso destino, casa da minha amiga Cynthia ao custo de R$ 0,00. Sim, a cobradora do buzão não tinha troco, logo, nossa viagem sem estresse, saiu de R$ 25,00 por R$ 0,00. Ótima economia, não? Hehe.

A essa altura do campeonato, tanto meu primo como eu, já somávamos um dia sem dormir. Ligadões. Breves cochilos no avião e no ônibus não contam nem pra caridade. Fomos com minha amiga e inquilina de sempre (Cynthia-menina, menina-Cynthia) bater perna em São Paulo e gastar dinheiro na Galeria do Rock e na Bela Paulista. Eles, porque eu não comprei nada. Desde que precisei vender minhas coleções e outras cossitas más, me desapeguei de bens materiais. Bom que isso torna toda sua vida mais econômica e te faz pensar antes de comprar qualquer coisa: "Preciso disso?". Após chegarmos em casa, breve cochilinho e hora de ir pro primeiro dos dos dois show do Pearl Jam no Morumbão.




Já estávamos no estádio umas 18h30, pouco mais de duas horas antes do show. Caminhando aqui e ali, ficamos relativamente perto do palco. A abertura do show do Pearl Jam ficou por conta da X the band. A vocalista amalucada, que já é uma senhora, logo ganhou o apelido de Susan Boyle pela semelhança física, mas a banda foi bem recebida pelo público. Muito boa banda por sinal. Vocalista muito bom, assim como o restante da banda e, principalmente, a música do grupo. Grata surpresa pelos quarenta e cinco minutos que tocaram as cerca de 40 mil pessoas no Morumbão. Arquibancadas e cadeiras vazias, mas pista bem cheia.

O Pearl Jam atrasou cerca de meia hora, o que deixou as pessoas meio putas da vida, visto que a Time For Fun fez questão de divulgar aos quatro ventos, dias antes que as apresentações seriam adiantas em quinze minutos. Resultado, o show que deveria começar às 20h45 começou às 21h15. Após uma breve introdução, o Pearl Jam entra no palco com uma canção lenta, arrasta, quase hipnótica. O que, no final das contas, foi uma ótima (e bonita) forma d'abri um show.




Depois da introdução, veio uma mais agitada pra fazer todo mundo pular. Ao longo da apresentação vieram muitos clássicos pra esquentar as pessoas. Fazia cerca de 14 graus e com os ventos do Morumbi, a sensação de frio era maior. Mas, um show do Pearl Jam é mais do que suficiente pra aquecer qualquer uma. A banda esteve simpática como sempre e quando Eddie Vedder arriscou falar em português uma frase ou outra, conseguiu a simpatia de todos, além de fazer todos rirem felizes da vida. O cidadão é o carisma em pessoa e é muito engraçado ver o esforço que ele faz tentando falar português e nem sempre conseguindo, hehe. Mas o gesto é simpático e espontâneo, o que faz dessa banda que não tem um estilo definido de rock pela variedade das suas músicas, mas tem uma legião de fãs tão fiéis quanto a do Iron Maiden. A simpatia e espontaneidade da banda, além da música de muito bom gosto a torna única nesses tempos de tantas porcarias ruins e falsas.

O show, que teve direito a dois bis, teve cerca de duas horas e quinze e creio que tenha deixado não só a mim, meu primo (passou pela prova de fogo dum show grande) e minha amiga Cynthia-menina, menina-Cynthia satisfeitos, como as cerca de quarenta mil pessoas que lá estavam. Às 0h30 estávamos acabados e em casa e às 2h00, finalmente dormindo. A essa altura já fazia uns 12 graus lá fora e, eu e meu primo, após quase dois dias inteirinhos sem dormir, finalmente estávamos prontos pra dormir. Precisávamos. A sexta-feira seria igualmente longa com o segundo show do Pearl Jam. Após umas oito horas de sono gelado, estaríamos prontinhos pra isso.

Set list

Release
Cordouroy
Why Go
Animal
Worldwide Suicide
Got Some
Even Flow
Unthought Known
Whipping
Daughter
Olé
Down
Save You
The Fixer
Do The Evolution
Porch

Bis

Elderly Woman Behind The Counter in a Small Town
Just Breathe
Come Back
I Believe in Miracles (Ramones)
Alive

Bis 2

Comatose
Black
Better Man
Rearviewmirror
Rockin' in the Free World (Neil Young)

PS: Post dedicado a, claro, minha amiga Cynthia-menina, menina-Cynthia que, das minhas nove vezes em São Paulo, me hospedou gentilmente em sete delas. Dessa vez, ainda abrigou meu primo-irmão, McMala. Brigadão, DE NOVO.

7 de outubro de 2011

Rock in Rio Parte III - Guns N' Roses

" 'Cause nothing last forever, even cold november rain..."

Recife, Brasil


Sobre o show do Guns N' Roses no Rock in Rio. Apesar de tudo, o show foi muito, muito bom. Temporal, cansaço, esgotamento, tensão crescente (pra quem estava lá) de não haver o show que começou quando deveria estar acabando. A chuva, ou melhor, o temporal, caiu com gosto e alagou o palco. O fato da banda ter tocado, mesmo com todos os atrasos e chiliques do Axl "Bomba relógio" Rose, devido a intensidade da água que caia sem trégua, por si só, já foi histórico. Ainda mais pelo fato da chuva (temporal) não ter dado trégua em nenhum momento.

Mas apesar de todos os contras, foi um senhor show. Típico do Guns N' "perigo" Roses. Ter tocado "Estranged" foi como o Iron Maiden tocar "Alexander the Great" (implorada há anos e até hoje, nunca tocada). Pedida pelos fãs numa campanha na internet e atendida pelo Axl "Temperamental" Rose, depois de 18 longos anos sem tocá-la, eis que a lenda se tornou real. Isso já valeu 80% do show. E a música foi executada perfeitamente. Banda e vocal. Nenhum erro. Uma coisa é ver pela tv, outra é estar lá no meio de 100 mil pessoas apertadas, molhadas, insanas e esgotadas, mas em extase pra ver o show.

E tem outro enorme detalhe. As pessoas querem o Axl Rose de 30 anos quando ela tá com 50. Isso jamais vai acontecer. Isso acontece com os fãs. A gente sempre espera que uma banda clássica seja a mesma 20 ou 30 anos depois, mas isso nunca mais vai acontecer. Nós mesmos, chegando ou já chegado aos 30 não somos mais os guris de 15 anos. É a ordem natural desse negócio que chamam de vida. A gente muda, amadurce, ENVELHECE. O tempo não para. É errado querer "usar sua ilusão" e achar que em 2011 se verá o Guns N' Roses de 1991 ou querer que o Led Zeppelin de 1975 volte em 2011 como era no passado. Não, não vai. O tempo passa e até os ídolos envelhecem. O tempo não perdoa ninguém. Só se é jovem uma vez na vida.

A transformação de simples bandas em lendas não conserva seus integrantes, não faz o tempo parar. Não os torna eternamente jovens. Não, não vai acontecer. Passou, os tempos são outros, as pessoas ENVELHECEM. O Axl é só mais um a ENVELHECER. É preciso aceitar isso. Sobre o atraso, os ataques de fúria, excentricidades e afins, não é puxar o saco, porque todo mundo sabe que a minha banda de coração é o Iron Maiden, mas, o cara É assim.

Não é forçado e artificial como todas essas bandas superficiais e ruins de hoje em dia. Sim, o cara É difícil, É problemático, É uma bomba-relógio, É desrespeito com os fãs, tanto pelos atrasos, chiliques, etc. Mas, esse É o Axl Rose. Perturbado, explosivo, uma eterna e imprevisível bomba-relógio-humana. Nisso ele nunca vai mudar. Esse É o Axl Rose de 2011. Um velho de 50 anos que não tem mais a voz, beleza nem o fôlego de 30 anos. Porém, que mesmo com todos esses contra, ainda leva 100 mil pessoas aguardarem 13h molhadas e egostadas para vê-lo. O que nunca vai mudar é seu eterno "apetite pela destruição." Isso é Axl Rose. Simples assim.

Set List Guns Rock in Rio 2011

01.Chinese Democracy
02.Welcome To The Jungle
03.It's So Easy
04.Mr. Brownstone
05.Sorry
06.Richard Fortus Guitar Solo (James Bond Theme)
07.Live and Let Die (Paul McCartney & Wings cover)
08.Rocket Queen
09.Instrumental Jam
10.This I Love
11.DJ Ashba Guitar Solo (Mi Amor)
12.Sweet Child O' Mine
13.Estranged
14.Better
15.Dizzy Reed Piano Solo (Baba O'Riley by The Who)
16.Street Of Dreams
17.You Could Be Mine
18.Instrumental Jam (Sunday Bloody Sunday by U2)
19.November Rain
20.Bumblefoot Guitar Solo (Pink Panther Theme)
21.Knockin' On Heaven's Door (Bob Dylan cover)
22.Nightrain

Bis:

23.Patience
24.Paradise City

Rock in Rio Parte II - Detonautas, Pitty, Evanescence, System of a Down e Guns N' Roses, Rio de Janeiro

"Do you know where you are? You're in the jungle, baby. You're gonna die!!"

Recife, Brasil

Fiquei tanto tempo deitado na grama que minha bunda ficou dormente. So fui levantar pra dar uma andada durantes os shows do Detonautas e da Pitty pra dar uma estudade de qual seria o melhor lugar pra assistir ao show do Guns. Constatei que estava fodido. Por mais perto que chegasse do palco, ainda assim ficaria distante e, no alto dos meus 1,70 com um bando de vara-paus na minha frente, visibilidade seria uma coisa complicada. Baixinho só se fode em festival.



Andei, andei e deitei de novo. Comi, fui ao banheiro, andei de novo e, por mais que economizasse energia, o cansaço já vinha cobrar sua conta. Eu tinha acordado às 12h do sábado e desde então, não tinha dormido. Breves cochilos frustrados e nada mais. E ainda eram 22h...Mas, firme e forte. O show do Evanescence foi o primeiro no palco mundo que quis ver e assim o fiz. Fui me infiltrando no meio da multidão até ficar num lugar relativamente bom. É, amigão. 100 mil pessoas sem regalias de pista vip ou arquibancadas e camarotes, é gente pra caralho!!



O show do Evanescence foi burocrático. Nâo empolgou, mas também não entendiou. O público respeitou a banda. É inegável o talento da guria, a tal da Amy Lee. A guria agita e canta pra caralho. Gostando ou não do som do Evanescence, é inegável a capacidade da guria. Até porque, além de cantar e agitar muito bem, a cidadã compõe as músicas e escreve as letras. Ponto pra ela. Após uma hora e dez, o Evanescence se foi e deu lugar à espera pelo System of a Down. Havia bastante gente querendo assistir a essa banda. Das novas, tem até um som um pouco interessante, mas, ainda assim, não consegue tocar o meu chato coração. A banda entrou no palco pouco antes das 23h e fez um show de quase 2h. Ok, era a primeira vez deles no país, mas acho que uma banda tem que saber a hora de acabar um show. E o System of a Down não soube. O show foi longo demais e, mesmo pra quem era fã, o show se tornou tedioso e irritante. Acho que não foi lá o show dos sonhos. Até pra quem era fã. Nunca fiquei tão feliz com o fim de um show. Finalmente era a hora do Guns N' Roses.



O show do Guns deveria começar por volta das 0h50. Essa foi a hora que o show do System of a Down acabou...Pra completar o cansaço, pouco depois das 1h, começou um chuvisco que aos poucos se transformou em temporal. E interminável. As pessoas já estavam esgotadas e agora, ensopadas. Por mais fã que se seja duma banda, há certas ocasiões que é preciso ter energia desumana pra aguentar o tranco. As pessoas começaram a ficar impacientes e vaiar. A chuva só aumentava e alagava o palco. Honestamente, pela intensidade da chuva, passei a acreditar que o show seria cancelado. A chuva era forte demais e o palco tava muito molhado. Conhecido por ser um cidadão explosivo, instável e complicado, além de atrasar sempre e ser uma verdadeira bomba-relógio, Axl Rose poderia muito bem não fazer o show. Se isso tivesse acontecido, não tenho dúvidas que haveria uma confusão generalizada e literalmente acabaria em merda. É impossível controlar uma multidão de 100 mil pessoas cansadas, putas da vida e insatisfeitas. Mas, apesar do atraso massacrante, finalmente, por volta das 2h40, o Guns entrou no palco com explosões e um público morto, mas ainda maluco. Axl entrou com uma capa amarela e a cada pisada no chão, voava água pra todo canto. O palco parecia mais uma piscina.



Por cerca de 2h30, a cidade do rock ouviu os velhos clássicos do Guns N' Roses. Ok, o Axl não é o mesmo. O símbolo sexual que deixava as gurias malucas e histéricas não soube envelhecer e hoje é um velho excêntrico, gordo e cheio de plástica. Quando o telão focava seu rosto, uma olhar quase psicopata chegava a assutar. Um show que por pouco não aconteceu, entrou pra história como mais um espetáculo de Mr. Axl Rose. Horas depois, soube-se que ele perdeu o primeiro vôo pro Rio de Janeiro e chegou pro show após ter sido trazido por urgência em um vôo fretado, chegando na cidade, apenas algumas horas antes do show. Houve a possibilidade também dele pagar uma multa e cancelar o show. Com o temporal que caiu e não parou um minuto sequer durante todo o espetáculo, ter acontecido o show, já foi válido. Às 5h10 da manhã chegava ao fim esse eterno "apetite pela destruição" de Mr. Axl "bomba-relógio" Rose.

5 de outubro de 2011

Rock in Rio Parte I- Detonautas, Pitty, Evanescence, System of a Down e Guns N' Roses, Rio de Janeiro - 02/10/11

"Eu me sinto um estrangeiro. Passageiro de algum trem. Que não passa por aqui. Que não passa de ilusão..."

Recife, Brasil

Nossa aventura, rumo ao Rio de Janeiro pra maratona do último dia da quarta edição do Rock in Rio, começou na noite anterior, pois meu vôo partiria às 6h40. Minha querida mana, mais conhecida como Foca, gentilmente me cedeu seu apartamento como dormitório devido a proximidade em relação ao aeroporto. No sábado a noite já estava por lá e, enquanto o Maná subia ao palco do Rock in Rio, ao vivo pela TV, eu decidia ir assistir a um filme no Shopping Recife. Às 23h30 dum sábado, sozinho, sem ninguém encher o saco dizendo o que tenho que fazer, é claro que a escolha foi pelo remake de "A hora do espanto". Ok, só haviam treze pagantes contando comigo, mas, como bom anti-social, isso pra mim foi um privilégio e não uma motivo de tristeza. O filme é bem o que se espera dele. Terror com pitadas de humor. Nenhuma obra de arte. Apenas um filme qualquer que atinge ao seu objetivo de entreter, fazer rir e nada mais. Gosto de andar sozinho pela madrugada e esse foi o meu itinerário de volta ao apartamento da minha mana às 1h30 já do domingo, dia da viagem.



Meu vôo sairia às 6h40, deveria estar no aeroporto às 5h40 e, por segurança, deveria sair às 5h do prédio da minha mana. Depois do filme, cheguei lá por volta das 2h. Sendo assim, decidi virar a noite e esperar as 5h pra sair. Assim o fiz. Um ônibus rápido e às 5h20 já tava no aeroporto, às 6h no avião e às 6h30 levantando vôo. Tudo muito rápido. Fui sorteado com as duas poltronas do meu lado vazias, o que, obviamente, me fez usar desse privilégio, me deitar e passar toda viagem assim. Ainda assim, nenhuma horinha de sonho. Sem chance, sem remédio pra dormir, não há a mínima condição d'eu apagar em aviões. Sem chance. Apesar de tudo, vôo tranquilo.



Algumas pessoas estavam indo pro Rock in Rio no mesmo avião. Uma guria de uns dezesseis anos com a camisa da Pitty, cabelo piaçava super espichado, picotado e pintado. Pra completar o kit adolescente-pobre-retardado-pseudo-revoltado, sombra nos olhos. Uma chiqueza só. Ao lado, claro, mamãe acompanhando a malvadona de mão dada. Cena mais meiga. Én én. Apesar de nenhum mísero minuto de sono, às 9h40 já tava no Rio. Do Aeroporto Internacional do Galeão, pegamos um ônibus até o terminal Alvorada e de lá, mais um, direto, rumo à cidade do rock. Tudo muito rápido e organizado. Às 12h20, quase três horas depois (sim, em relação ao aeroporto, a Barra da Tijuca, onde foi construída a cidade do rock, fica ali depois da casa do caralho, mas, por incrível que pareça, as quase três horas passam rápido) lá estava eu, em frente ao histórico retão do autódromo de Jacarepaguá onde, pra quem é fã de Fórmula 1 como eu, lembra muito bem de pegas históricos nessa pista.



Ow saudade. Ow bons tempos que não voltam mais. Sim, o final da fila estava ali. Bem pertinho da entrada da cidade do rock. Coisa perto, coisa de 3 Km's. Logo ali depois da casa do cacete. Ao menos o tempo tava nublado e não tava quente. Caso contrário, provavelmente, além de derreter ao sol, já entraria no Rock in Rio cansado e mais vermelho que camarão. Na fila tinha de tudo. Conheci um carioca que era igualzinho ao irmão do Lewis Hamilton da Fórmula 1 e dois caras lá do Mato Grosso do Sul. Um deles, disse que o pai tinha ganhado na sena, anos antes. Segundo ele, disse até quanto foi o prêmio, cerca de 4,5 milhões de reais. O cara era matutão, simples e gente boa. Não sei se era ator, mas parecia não estar mentindo nem se gabando. A questão é que as histórias com meus novos coleguinhas do Mato Grosso do Sul e do Rio de Janeiro, renderam tempo suficiente pra fazer as três horas de fila passar bem rápido. Por volta das 15h30 consegui, finalmente, entrar na famosa cidade do rock. No meio da muvuca, me perdi dos meus coleguinhas. Como sou um lobo solitário anti-social que não gosta de gente, como todos vocês tão enjoados de saber, não foi nenhuma catástrofre pra mim ficar sozinho.



Dei uma volta pelo imenso lugar, tirei umas fotos e resolvi simplesmente poupar energia. Sem cerimônia, deitei no confortável gramado sintético, botei a mochila como travesseiro e dormi. Tava totalmente nublado e com uma temperatura legal. Consegui tirar um bom cochilo, afinal, eram cerca de 16h e o primeiro show do Palco Mundo só começaria às 19h. O show que esperava assistir, o Guns N' Roses, sem atraso, começaria por volta das 1h. Mas, sabendo dos chiliques da diva, Axl Rose, não esperava que ele entrasse no palco antes das 3h. Não estava errado, afinal...

12 de setembro de 2011

Judas Priest & Whitesnake, Arena Anhembi, São Paulo – 10/10/11

“He is the PainkillerThis is the Painkiller...”

Recife, Brasil


Após acordar pra assitir o treino da Fórmula 1, às 9h, depois de ter ido dormir às 2h, não tava tão cansado quanto esperava, mas, mesmo assim, desmaiei às 11h e acordei às 14h com o despertador gritando no meu pé d’ouvido. Com as baterias devidamente carregadas, poderia comer uma típica pizza paulistana e me preparar pra sair da casa da minha amiga Cynthia umas 18h e chegar lá no Anhembi umas 19h sem pressa. E assim foi. Algumas estações de metrô depois, sem demora, lá estava esperando meu amigo Jayminho na estação Tietê que ficava relativamente perto do Anhembi. Uma boa caminhada duma meia hora e lá estávamos.




Chegar aos shows uns quarenta minutos é o ideal. Assim, você não fica em filas, o que odeio, nem perde energia e paciência pra curtir os shows sem problemas. O céu tava bem carregado e um pouco frio, mas ainda bem, não choveu. No máximo umas gotas aqui ali e nada mais. Garantia de show seco e tranqüilo. Com poucos minutos de atraso, pra alegria das meninas, o Whitesnake entrou no palco pra desfilar os clássicos do amor de Mr. David Coverdale. Sim, para alegria das meninas. Você não leu errado. Os marmanjos e a velha guarda que me desculpem, mas impossível não dedicar boa parte da fama do Whitesnake por deixar as gurias histéricas. Em algumas partes do show curto de cerca de 1h10, me senti num show duma boy band. Uma guria do meu lado (nem tão guria assim, aparentava umas trinta), gritava como louca a cada minuto coisinhas como: “David, seu gostoso, dá o seu amor pra mim!!”. E não foi só o Coverdale com seu charme de vovô galã, mas os dois guitarristas sexy-symbol, Reb Beach com suas requebradas, poses e suas mordidinhas de lábios e Doug Aldrich que fizeram a festa da mulherada histérica. O baterista, mais bruto, Michael Devin, com direito a solo de bateria com as próprias mãos deixou os cuecas malvadões mais satisfeitos.

Não sou um fã do Whitesnake, mas terei que tirar o chapéu pro show dos caras. Sem meias palavras, botaram pra foder. Beleza dos integrantes a parte, o show dos veteranos ingleses (embora da formação original, só o Coverdale permaneça, afinal a banda estave em coma por uns vinte anos e voltou a não tanto tempo assim), foi impecável. O som estava perfeito, com todos os instrumentos perfeitamente perceptíveis, com destaque para a bateria. Uma maravilha pros reclamões de som de plantão. Das dez músicas tocadas, o senhor do amor cantou Love ao menos uma vez em cada uma delas. Show de ótimos momentos, como a clássica balada “Is this Love”, duelo dos guitarristas bonitões, solo de bateria “roquenrou” com as próprias mãos, viradas de olhinhos de Mr. Coverdale mas, pra alegria da velha-guarda, o final foi mesmo porrada com o clássico “Burn” da época em que o senhor do amor esteve no Deep Purple. Uma quebradeira só pra deixar todo mundo aquecido pra atração principal da noite. Os também ingleses do Judas Priest na sua turnê de despedida. Com muitas pegadas e apertadas no saco, Mr. “Senhor do amor” Coverdale e sua banda de guitarristas galãs, deixou a todos satisfeitos, principalmente as gurias, mulheres, avós e toda a legião de mulheres que a banda estraçalhou os corações.




Pouco mais de quarenta minutos depois, com o cenário já montado e uma enorme bandeira escondendo o mesmo, a clássica “War pigs” dos conterrâneos do Black Sabbath servia de introdução pro show do Judas Priest. O Whitesnake fez o mesmo como introdução, só que com “My Generation” do The Who. Legal, bandas inglesas lendárias usarem como introduções de seus shows clássicos de suas bandas conterrâneas, igualmente lendárias. O Maiden faz isso até hoje com “Doctor Doctor”, também do The Who.

Abrindo com “Rapid Fire”, Mr. Rob Halford e sua trupe entravam no palco pra felicidade da metaleirada composta de gente na casa dos trinta pra cima. Vi poucos guris, o que é ótimo pra mim, pois sou um pouco impaciente, mas ruim pra banda que prova que não tem muitos fãs muito jovens, o que a faz com que seu público não se renove muito. Porém, o Priest já fez o suficiente na histórica da música pra se manter lendário do que precisar desses atuais adolescentes tão autênticos como tinta loira pra cabelo de Maria Chuteira.




O set list contou com praticamente uma música de cada um dos dezessete álbuns de estúdio da banda com poucas exceções. Clássicos como “Eletric eye”, “Painkiller”, “Metal Gods”, “Diamonds and rust”, que contou com uma belíssima versão. Metade balada, metade porrada, “Night crawler” e “Breaking the Law”, também não foram esquecidas. A banda executou com precisão seus clássicos. No auge dos seus sessenta anos, Mr. “Diva” Halford usou dos seus quase quarenta anos de experiência. Sabe que não consegue atingir seus agudos de vinte e trinte anos de idade, por isso, não força a garganta e canta com bastante técnica e abusa dos agudos apenas quando é preciso. Assim, não perde a voz e não passa vergonha.




Destaque pro belo cenário e boa produção preparada pelos ingleses. Pirotecnia na medida certa sem precisar de exageros. Fogos, fumaça, cruzes, belos panos de fundo, lasers na medida e projeções com as artes de muitos álbuns da carreira dos ingleses. Perdi a conta de quantas vezes o Rob Halford trocou de jaqueta durante o show. Numa das trocas, na execução de “Prophecy”, o metal god entra com uma capa de ferro e a tradicional cruz estilizada, símbolo do Judas Priest. Ao final da música, fogos de artifício saídos dessa cruz. Belo efeito.

O show foi bem longo, quase duas horas e vinte. A banda voltou ao palco não só pra um, mas pra dois bis. Pra um típico inglês bem sério, Rob Halford até que foi bem comunicativo durante o show e, pela primeira vez na vida, o vi sorrir. Os companheiros de banda, também ingleses-típicos, senhores na casa dos sessenta, também estavam bastante sorridentes. A performance da banda foi perfeita, mas, mesmo assim, não pareceu surtir muito efeito no público. O show inteiro foi bastante morno. O que realmente me fez sentir um pouco estranho pelo tamanho do público que era de cerca de trinta mil pessoas. Não há motivos pra isso. Nem culpados. A produção foi boa, não choveu, o som estava perfeito, mas, ainda assim, não foi aquele show memorável. Sem culpados, porém. Às vezes as coisas funcionam, às vezes não. Não é o fim do mundo e nunca será. Nem culpa de ninguém.

Show encerrado, lá vamos nós pro resto da aventura da vez. Chegar em casa. Uma caminhada beem longa de mais de trinta minutos do Anhembi pra estação Tietê. De lá, uma hora de chá de cadeira pra esperar o ônibus para o aeroporto de Guarulhos. Mais quatro horas d’outro chá de cadeira esperando o avião pra finalizar com outras três horas de vôo e, finalmente de volta ao Hellcife. Saindo do avião, outra correria pra assistir a corrida da Fórmula 1. Perdi a largada e outras quatro voltas, mas cheguei a tempo pra acompanhar todo aquele show de pilotagem que foi exibido em pouco mais de uma hora. Aos fãs de Fórmula 1, uma maravilha. E assim chegou ao fim mais uma de minhas tantas viagens, mais um de meus tantos shows, mais uma de minhas tantas aventuras. Em três semanas estaremos de volta à estrada, aos ares, aos aeroportos, estações, aos palcos e toda essa aventura que é viajar entre países e cidades pra acompanhar essas lendárias bandas. Rio de Janeiro, Rock in Rio, lá vamos nós. Enquanto houver tempo e oportunidade, assim continuaremos. Tudo de bom a todos.

Set List

Rapid Fire
Metal Gods
Heading Out to the Highway
Judas Rising
Starbreaker
Victim of Changes
Never Satisfied
Diamonds & Rust(JOAN BAEZ)
Prophecy
Night Crawler
Turbo Lover
Beyond the Realms of Death
The Sentinel
Blood Red Skies
The Green Manalishi (With the Two Pronged Crown) (FLEETWOOD MAC)
Breaking the Law
Painkiller

Bis

The Hellion/Electric Eye
Hell Bent for Leather
You've Got Another Thing Comin'

Bis 2

Living After Midnight

PS: Agradecimento mais do que especial ao Guilherme Oliveira da Time for Fun (T4F) que tornou esse show possível através da sua educação e credenciamento. Obrigado e até os shows do Pearl Jam e Roger Waters. Tudo de bom.

Blind Guardian, Via Funchal, São Paulo, Brasil – 09/09/11

"Tomorrow will take us away, far from home, no one will ever know our names..."

Recife, Brasil


Esse negócio de viajar é uma coisa desgastante. Toda vez que embarco numa me conformo que vão ser horas sem dormir e meus pés andarão bastante. Deslocamento da sua casa (seja onde for), pro aeroporto (seja como for), horas esperando no mesmo pelo seu vôo (seja pra onde for), o vôo em si (seja por qual companhia for), para chegada na cidade ou país de destino (seja qual for), para mais uma maratona final pra chegar ao seu destino final (esteja onde estiver). Mas não reclamo. É uma das coisas que me dá alegria nessa vida. E pouquíssimas coisas me entusiasmam nessa vida. Sou difícil de entreter.

Esperei longas seis horas no aeroporto até o meu vôo. Depois foram mais três horas e quarenta de vôo de Recife a São Paulo com quarenta minutos de brinde nada divertidos dando voltas no ar com direito a ola, aguardando a pista ser liberada. Depois, lá vamos nós pra mais duas horas no amado trânsito caótico de São Paulo, mesmo às sete horas da manhã. Após mais de um dia sem dormir, resolvi desistir e me concentrar no primeiro show da maratona do final de semana. Enquanto eu resolvia o melhor caminho pra chegar ao Via Funchal, o tempo lá fora tava tipicamente São Paulo. Agradável, mas não frio. E cinza. A mistura tradicional de poluição com céu nublado.




Cheguei ao Via Funchal por volta das 20h30. Uma meia hora antes do show de abertura duma banda paulistana chamada Brotherhood. Sou muito chato com bandas novas e tava muito cansado depois de mais de um dia e meio sem dormir. O que me deixa num estado quase catatônico e me torna ainda mais anti-social do que já sou. O humor vai pra casa do caralho e fico mais azedo que limão. Ou seja, pra desenferrujar o mau humor, o show da banda em questão tem que ser muito, mas muito bom. E foi. O vocalista era muito competente e as músicas tinham linhas pesadas e melódicas, muito interessantes. Mas a noite era mesmo dos alemães do Blind Guardian e por isso estava lá.

Primeiro show no Via Funchal. Bom lugar. Pequeno mas não apertado. Ótima visão, onde quer que você esteja. Alto ou baixinho (eu). Boa estrutura. Ruim apenas, pois estava a apenas a quinze estações de metrô com quatro trocas de trens. Lá depois da casa do cacete. Mais de uma hora pra chegar, pois alguém tinha se jogado (ou algo do tipo) nos trilhos e, por isso, o metrô tava operando em velocidade reduzida e com maior espera nas estações. Mas tudo bem. Pontualmente, às 22h, “os alemão” do Blind Guardian subiram ao palco e me trouxeram de volta o ânimo. Acho que a entrada duma banda diz muito sobre o restante do show. Acertei nessa ocasião. Os caras entraram “cá porra” e o público reagiu muito bem. E quando o público reage bem de cara, é jogo ganho. Uma pena apenas pelo som que tava bem sujo. Muito embolado. Mas, problemas a parte, a banda fez um show pra lá de competente.




Hansi Kürsch entrou com uma bandeirinha do Brasil na mão e, ao longo da apresentação ganhou uma irmã maior pra ilustrar o cenário da banda que, é claro, ficou bem mais bonito com a nossa gentil bandeira verde-amarela. O cidadão tem um gogó pra não botar defeito. Apesar de esforçado, o cara não é carismático e dominar um show com facilidade não é o forte dele. Lá no fundo (depende do seu ponto de vista), o cara é pra lá de tímido. Mas, não posso culpá-lo. Nem todos são como o Bruce Dickinson que, além de cantar uma barbaridade, corre sem parar, faz piadas e agitam até o mais desanimado dos seres. Mas o show não era do Iron Maiden e sim do Blind Guardian. Apesar de não ser carismático (o rapaz é apenas um velho nerd, ou vocês acham que basear uma carreira inteira falando de historinhas de O senhor dos anéis nas letras é o que?) o Hansi Kürsch faz bem seu papel de vocalista. Com perfeição. Dá uma pequena noção das suas letrinhas nerds antes de cada canção e dá uns graves com seu vozeirão pra fugir um pouco da sua timidez. Os guitarristas (André Olbrich e Marcus Siepen), bastante animados com a reação do público correram um bocado no palco. Acho que num show de rock and roll, correr no palco é fundamental pra agitar o público e deixá-lo maluco. Os caras que se virem pra serem atletas. Quero me empolgar num show, não dormir. E o show do Blind Guardian me empolgou bastante. Eu não dormia há quase dois dias e tava azedo, moribundo e catatônico, lembram? Pois bem, a performance dos caras foi tão boa que me fez esquecer desse detalhe por um momento.

O set list começou com “Sacred Worlds”, que abre o mais recente álbum “At The Edge of Time”, o que é uma boa pedida. A música começa com uma orquestra (reproduzida via sampler de teclado, claro) e logo emenda com uma patada no pé d’ouvido. O que é a melhor forma pra se começar um show de heavy metal. Com o público já alerta, veio outra lapada, “Welcome to Dying” com um refrão bem simples pra todo mundo cantar facinho: “Welcooome to dyiiiiiing”. Vieram outros clássicos como “Nightfall” e “Bright Eyes” pra tirar a voz de todo mundo logo no começo (era a única forma do vocalista poder cantar mais alto que o público, hehe). Desfilando clássicos, o momento marcante ficou por conta de “Valhalla”. A banda deixou o público cantar sozinho por uns bons minutos, acompanhado apenas pela bateria. Conseguiu emocionar “os alemão” a ponto de emendarem com a balada mais conhecida da banda “Lord of the Rings”. Depois, veio a quilométrica “And the there was silence” que, particularmente, gosto bastante, mas ao vivo não funciona tão bem. Fica meio maçante. E quando o som não tá tão bem como era o caso, também não ajuda. Pro bis, uma escolha errada ao meu ver como introdução. “Wheel of time” é muito fraquinha. Após uma esfriada de público, duas clássicas pra fechar com classe. “The Bard’s Song (In the Forest)”, acústica pra acenderem os isqueiros e “Mirror Mirror” pra perderem o restinho de voz já perdidos ao longo do show. Um show muito além da minha expectativa. Público excelente em número e em participação. Ao final do mesmo, era evidente a satisfação no rosto da banda e o no suor do público. Parabéns a São Paulo. Foi minha oitava vez na cidade e foi um dos espetáculos que mais o público participou e nunca vi tanta mulher bonita num show. Acho que vou mudar pra lá.




Na volta, pra não fugir da minha tradição, uma pequena aventura. Primeiro, eu tinha que descobrir onde era a parada do ônibus (difícil, pois a mesma não tinha nenhuma identificação, e não sou de São Paulo pra saber esse tipo de manha). Resultado, fui parar no outro lado da mesma sem a mínima noção. Sabia que tava perdido e voltei pra perto do Via Funchal quando vi um ônibus parado com um bando de gente de preto subindo. É claro que era aquele e era o último. Tive que, pela primeira vez na vida, atravessar a rua e correr como corno atrás dum buzão e pedir pelamordocão p’rele parar. Obrigado, seu motorista, salvou minha noite. Chegando à estação, por um mísero minuto, perdi o metrô. Era 0h01 da manhã e o próximo só às 04h40. O jeito foi negociar o resto do caminho com o taxista. Ele pediu 20 reais, eu disse que tinha 17,25. Ele aceitou e ufa, cheguei são em salvo à casa da minha amiga Cynthia pra, finalmente, poder domir. Não muito, tinha treino de F1 às 09h00. Mas, estar em “casa” numa cama quentinha já era suficiente.

Set list

1. Sacred Worlds
2. Welcome to Dying
3. Nightfall
4. Fly
5. Time Stands Still (at the Iron Hill)
6. Bright Eyes
7. Traveler In Time
8. Tanelorn (Into the Void)
9. Lord of the Rings
10. Valhalla
11. Majesty
12. And Then There Was Silence

Bis

13. Wheel of Time
14. The Bard's Song - In the Forest
15. Mirror Mirror

PS: Post dedicado à minha amiga Cynthia que, mais uma vez, me abrigou na sua casa em São Paulo na, sexta das oito vezes que fui a São Paulo. Tudo de bom pra tu, Cynthia menina, menina Cynthia.

5 de abril de 2011

Iron Maiden, Estacionamento do Centro de Convenções, Recife, Brasil - 03/04/2010 - Parte I I

"Eu tenho medo do medo que as pessoas tem..."

Recife, Brasil


O domingo começou após sextas e sábados que não acabaram. Noites sem dormir, vida bem-vivida. Problemas em stand by por um segundo. Como uma boa dupla, eu e minha amiga gaúcha fomos catar um bom lugar pra almoçar e um bom prato leve pra aguentar mais um dia-maratona. O prato leve foi bem escolhido, mas minha pobre barriga estava de TPM no dia. Ainda bem que ela acusou o golpe horas antes do show. Não teria sido nem um pouco divertido perder o show pra sua própria barriga dando chilique, não? Entramos num acordo e, ufa, pronto pro show.




Chegamos umas 17h e de cara, ficamos impressionados com a organização. Minha amiga gaúcha já havia visto os shows de São Paulo e Belém mas elogiou bastante o local e a organização daqui. O show de 2009 no Jockey já havia sido muito bem organizado, esse então, conseguiu ser ainda melhor. Ponto pra Raio Lazer mais uma vez que montou uma estrutura fantástica. A pista vip contou com um lugar bem generoso. Já havia visto a nossa querida Donzela de Ferro por 13 vezes, em lugares pequenos, médios e gigantes mas, de longe, esse foi o show mais confortável que vi dos caras. Tranquilo do início ao fim, sem empurra-empurra, com ótima visão do palco. Honestamente, não vejo do que reclamar.

Os conterrâneos do Terra Prima foram os escalados pra abrir o show da lenda e mandaram muito bem. Numa apresentação de pouco mais de meia hora, os pernambucanos fizeram bonito. Abrir um show da maior banda de heavy metal do mundo é, ao mesmo tempo uma honra e uma tarefa ingrata, pois os fãs apaixonados não são muito tolerantes e não tem nenhum pudor com hostilidade para bandas de abertura. Porém, o público foi bastante respeitoso com o Terra Prima que, justiça seja feita, fez um show muito bom com total interação dos integrantes. Se despediu com Enter Sandman do Metallica e saiu do palco bastante aplaudido. Parabéns aos caras. Reconhecimento merecido.

Britanicamente pontuais, às 20h em ponto, Doctor Doctor ecoa nos alto-falantes do Estacionamento do Centro de Convenções. Lá íamos nós pra mais um show dessa lenda inglesa chamada Iron Maiden. Após a introdução um vídeo muito bem bolado é exibido nos telões para a introdução de Satellite 15. Quatro minutos depois, a banda entra andando no palco, ainda com as luzes apagadas. Após o anúncio da bateria, The Final Frontier dá início à destruição. Um Bruce Dickinson hostendando um pedestal de alumínio levanta as cerca de 15 mil pessoas presentes com o refrão de: "The final frontiiiiier, the final frontiiiiiier, the final frontiiiiier, the final frontiiiier..."




O set seguiu com El Dorado, mais uma música nova e teve uma nova e fantástica introdução para The Talisman. Uma música longa com uma letra gigante, mas que, ao vivo, funcionou perfeitamente. A interpretação do baixinho foi realmente fantástica. Assim, deixando, novamente, todos hipnotizados, os ingleses iam seguindo seu show de forma que o tempo que passava (tempo cruel), não fosse percebido. Num piscar de olhos, o Eddie Alien estava andando pelo palco para encerrar a primeira parte do show.

Cinco minutinhos depois, a famosa introdução de The Number of the Beast dava vida a um público já cansado, mas igualmente feliz desde o início do show. Halloweed be thy name e Running Free encerraram o segundo show do Maiden em terras hellcifenses. Como sempre, após o show, fica aquele sentimento de tristeza. A vida real que segue, os problemas que não se quer lembrar e os bons momentos que acabaram de virar história e apenas lembranças. Mas, cada um a sua maneira, vai tocando suas vidas esperando que o dia de amanhã seja sempre melhor. Pra isso serve a nostalgia, pra isso servem os grandes espetáculos. Transformar a nostalgaia em esperança de dias melhores e guardar o passado com carinho no coração, deixando que o futuro seja pintado positivamente com um pouco mais de esperança. Que venha o próximo num futuro não muito distante. Up the irons!

Set List

Intro: Doctor Doctor
01.Satellite 15... The Final Frontier
02.El Dorado
03.2 Minutes to Midnight
04.The Talisman
05.Coming Home
06.Dance of Death
07.The Trooper
08.The Wicker Man
09.Blood Brothers
10.When the Wild Wind Blows
11.The Evil That Men Do
12.Fear of the Dark
13.Iron Maiden

Bis

14.The Number of the Beast
15.Hallowed Be Thy Name
16.Running Free

PS: Post dedicado, mais uma vez à gaúcha que saiu de tão longe pra ver um show aqui. Ótima companhia. Ótima pessoa. Seja bem-vinda de volta sempre que quiser. Tudo de bom.

Iron Maiden, Estacionamento do Centro de Convenções, Recife, Brasil - 03/04/2010 Parte I

"Como quem aquece a água sem deixar ferver..."

Recife, Brasil


Após sete meses e meio, lá fomos nós pra mais um show do Iron Maiden. 14º pra ser mais preciso. O mais recente foi em 21 agosto do ano passado em Valência, Espanha, na época da maior maluquice da minha vida. Maluquice essa que não me arrependo nem um pouco mas ainda sofro os efeitos $$ colaterais e, infelizmente, ainda estou pendente com as pessoas que mais me ajudaram. Não estou nem um pouco feliz com isso, mas tenho feito (e só eu eu sei) das tripas-coração pra resolver isso o mais rápido possível. Não há mão na cabeça, porém. Eu fiz, eu assumo e eu tenho que resolver. "No prayer for the dying".

Problemas a parte (infelizmente, todos tem os seus, nesse negócio que chamam de vida)
nossa aventura começou na sexta-feira, dia 01 de abril e, apesar da data, não, não foi uma mentira. Saí com meu primo-irmão, único amigo de infância, que passa por uma difícil fase pessoal e, tenho feito o possível pra ajuda-lo da melhor forma possível. A sexta não nos rendeu operação dessa vez (né, McMala, hehe), mas chegamos em casa umas 3h. Geralmente durmo até a tarde. Não consegui pregar o olho dessa vez. Tinha que pegar uma amiga no aeroporto as 11h30 e claro, não daria nenhum bolo nela. Desisti de dormir e fiquei esperando o relógio passar seu tempo. Pontualidade nunca foi meu forte, mas, estava lá, na hora marcada. Dizem que os gaúchos são brutos, sendo assim, melhor não arriscar, não é? Vai que minha convidada gaúcha era bruta e caso eu atrasasse a mesma fizesse jus a fama e, o paraíba aqui levasse uns cascudos bem dados direto dos pampas.

Pra dois ogros (ela que se define assim, logo, to livre de cascudos), até que a gente se deu bem. O sábado foi bacana (exceto pelo sol, sim, eu tenho medo dele) e aproveitei pra mostrar um pouco dessa terra quente chamada Hellcife pra minha amiga de terras frias e tão distantes. Até vimos uma movimentação em frente ao Atlant Plaza. Polícia, fãs, etc. Mas não vimos ninguém da banda, apenas alguns caras da equipe técnica e nada mais. Conhecem o Quintal do Lima? Simpático lugar. Fizemos um bom trio: meu primo-irmão, eu e a gaúcha. Acho que os três se divertiram. Mais uma noite sem conseguir dormir. Mas tudo bem, tenho doutorado no assunto, hehe. Se passar algumas horas da vida acordado fizer bem, tudo bem, então. Domingão típico hellcifense com o maldito sol derretendo a pele. Tudo bem, porém, era dia de Iron Maiden. Sim, raio cai duas vezes no mesmo lugar. A maior banda de heavy metal do mundo pela segunda vez no Hellcife. Tempos estranhos, esses, não? Mundo estranho.

PS: Post dedicado ao meu primo-irmão McMala e minha amiga gaúcha, Michele. Acho que nos entendemos bem. Um bom trio, hehe.