3 de agosto de 2010

Sonisphere Festival, Knebworth Park, Stevenage, Inglaterra - 30-01 de julho/agosto 2010

"Não sei quando nem aonde, não sei como nem porque. Não sei como nem aonde, não sei, não quero saber. Não sei de onde estou vindo. Não sei pra onde estou indo..."

Hamburgo, Alemanha

Após duas horas, fim do primeiro show do Maiden na Europa. Hora de seguir viagem sem direito a descanso. Saindo do 02 Arena, a missão era descobrir como chegar ao aeroporto. Eram aproximadamente 23h da sexta-feira, dia 30 de agosto. Fácil fácil. Parada de ônibus em frente ao local do show com ônibus direto ao aeroporto. Porém, o desgraçado demorou pra cacete. Na parada, havia um inglês, um casal eslovaco e dois irlandeses. Todos com destino ao aeroporto, esperando o ônibus que custava oito euros. De repente, apareceu um taxista oferecendo a corrida por seis euros por cabeça. Os irlandeses me convidaram, aceitei, assim como o inglês e lá fomos nós. Nada mal, dois euros economizados e caminho de táxi pro aeroporto. Rapidinho. Cerca de vinte minutos. Com direito a andar de Volvo. Cheguei ao aeroporto cerca de 01h da manhã e meu vôo pra Londres, aeroporto de Stansted tava previsto pras 06h30. Após algumas caminhadas sem ter muito o que fazer no aeroporto (outro que é grande pra caralho), resolvi entrar logo na sala de embarque e esperar por lá mesmo. Como já tinha feito o check in on line, tudo bem. Perguntei à segurança se precisaria de algum outro procedimento pra pegar o vôo ou aquele papel de check in on line bastava. Ela disse que não precisava de mais nada e lá fui eu ao Raio X. Fiquei esperando horas pelo vôo em frente ao terminal de embarque pra não haver problema de perder o vôo e ainda assim perdi.







Na hora do embarque, o viadinho que destava o bilhete disse que aquilo não era o check in e eu precisava voltar a segurança pra fazer um novo check in. Eu, puto da vida imediatamente disse que se aquilo não era o check in, como eu havia entrada na porra do portão de embarque, passado pelo raio X e etc? Ele não quis saber e disse que eu tinha 10 minutos. Lembram que eu falei que o aeroporto de Dublin era enorme, ok? Eu tinha 10 minutos pra andar (correr feito puta com mochila pesada e cheio de coisa na mão), pra chegar na porra da segurança, explicar o acontecido e volta. É claro que não deu tempo e perdi o vôo. O que mais me deixou puto foi perder um vôo por uma culpa que não foi minha. Pra foder tudo, ainda tiver que comprar outra passagem por "modestos" 100 euros. Pra quem já tá fodido, economizando cada centavo e tinha perdido uma câmera de 300 euros, isso não era nem um pouco divertido. Comecei a pensar como iria fazer, então. Dormiria no aeroporto? Perderia o festival? Tentei manter a calma e consegui. Havia um outro vôo pro mesmo local do perdido (às 06h30) pras (08h10). Aceitei esse mesmo. Quando paguei a porra do dinheiro, já eram cerca de 07h e o vôo saía as 08h10, mas a porra da fila do check out da puta da Ryanair tava dando volta. Comecei a ficar nervoso e o sono que tinha chegado forte a poucos minutos atrás após já 24h sem dormir, já havia ido pra casa do caralho com tanto estresse. Correi pras informações da Ryanair e disse que não perderia outro vôo por um culpa que, mais uma vez, não era minha. Como não tinha bagagem pra despachar, carimbaram a porra do meu recibo e pude passar na frente da fila da casa do cacete. Mas aí, tinha outra fila. A da porra do raio x. Comeceri a ficar nervoso de novo. Após todo o procedimento de tirar notebook, cinto, etc, o botão da minha bermuda caiu. Vale ressaltar que a mesma já fica caindo e só não cai por causa do cinto. O jeito foi aperta-lo ainda mais e correr pra porra do portão de embarque antes de perder mais um vôo. Ao menos deu tempo. Dormi a 1h30 de Dublin a Londres. Típico clima inglês. Frio e chuva. Ah não, outro festival debaixo de lama e chuva não. Ainda mais depois de tanto estresse e já há mais de um dia sem dormir. Chegando no aeroporto, mais notícias $$ ruins. Custava 38 idas a passagem de ida e volta. Eram dois trens pra chegar a Stevenage, outra cidade da Inglaterra (terra de Lewis Hamilton) e cerca de 1h30 de viagem. E, após descer na estação pegar um ônibus pro local do festival. Quando lá cheguei, ao menos uma boa notícia. O esquema de ônibus seria igual ao BBK Festival da Espanha. Ônibus indo e vindo da estação pro local do show de graça durante todo o dia. Nada mal. Cheguei no festival morto, peguei o ingresso e já comecei a pensar onde ia dormir. Encontrar, pela terceira vez seguida algum anjo que me cedesse barraca seria mais do que sorte. Seria milagre. Devido a perda do vôo, acabei perdendo os shows do Lacuna Coil e do Soufly. Paciência. O Fear Factory tocava quando lá cheguei. Vi uma parte do show dos caras mas, honestamente, não me interessou muito. Sentei no gramado e lá cochilei por cerca de meia hora enquanto acontecia o show do Papa Roach. Eca. Decidi então voltar pegar o ônibus grátis de volta à estação pra comprar comida mais barata que no festival. Antes, havia comprado 3 camisas bacanas do Maiden, que estavam mais baratas que na Irlanda. E lá fui ao supermercado. Comprei banana, biscoito, pão, queijo, enfim. O suficiente pra passar uns 3 dias comendo "bem" sem gastar horrores. Na volta ao festival, cadê a sacola com as camisas? Ah, não!! Após perder a câmera, o vôo, agora três camisas?? Lá voltei pro supermercado mas, nada. Puta que pariu!! Que dia!! Tentei manter a calma e enchergar o lado bom. Tudo de ruim que tinha pra acontecer já tinha acontecido. Agora era aproveitar o show do Rammstein que, pra ser honesto, era o único do sábado que me interessava e esquecer das coisas ruins. E assim o fiz.







Assim como o show do BBK Festival em Bilbao, na Espanha, a banda alemã não economizou em pirotecnia e basicamente fez o mesmo show. Fogo pra todo lado. Do
começo ao fim do show. Literalmente o inferno na terra. Sem chuva dessa vez. Ufa! Assim que cheguei ao local do show, o clima coopereou e abriu um solzão. Nem parecia Inglaterra. E assim o Rammstein fez seu show sem ter alguns dos seus fogos de artifícios falhos por causa da chuva. Mais um fantástico show da banda alemã que, pelo que andei lendo, tocarão aí no Brasil em novembro se não me engano. Se levarem a mesma produção completa desses dois shows que vi na
Europa, vocês verão o maior show das vossas vidas. Ao menos em termos de produção, pirotecnia e fogo. Muito fogo. No final do show, conheci uns ingleses bacanas que me cederam as fotos do show e até pediram pra eu tirar algumas. Realmente tenho dado sorte com as pessoas legais nessa viagem. Show acabado, morto de cansado, teria que arrumar onde dormir. Mas onde? Não tinha barraca. Tentei alugar uma. Não havia. Encontrei um lugar pra vender. 30 libras. Desisti. Achei uma árvore, sem ninguém em volta, se ninguém por perto. Decidi que, pela primeira vez, dormiria ao relento. A preocupação era com a chuva e minha mala. E começou a esfriar. Não teve jeito, teria que comprar uma barraca. Achei um saco de dormir mais barato e confortável. Com muita espuma e bem quente. Ideal pra não congelar de madrugada e ainda dormir no fofinho. E ainda tinha um lugar pra socar a barraca dentro e dormir despreocupado. E assim o fiz. Ajudas dos meus amigos Apraz e Aprazolan e lona. Só lembro de acordar às 8h da manhã. Ou melhor, ter sido acordado por um bêbado inglês me oferecendo
cerveja, dizendo que era um grande fã do Maiden e bla bla. Ainda atordoado, disse que era também que era do Brasil, tava seguindo os caras e aí o cara ficou feliz e me deu um abraço, me chamou pra tenda dele e dos amigos, que eu seria bem-vindo. Agradeci o gesto, a cerveja, mas disse que precisava dormir mais um pouco. O bêbado gentil me desejou saúde e foi embora cambaleando rpa sua barraca. Estranhos esses ingleses, hehe. Capotei de novo e acordei por volta das 12h. Teria Slayer, Alice in Chains, The Cult, Motley Crue, Iggy Pop e Iron Maiden nesse dia. Nada mal. Mas, decidi ir à cidade novamente no ônibus grátis pra passar o tempo. Não me importaria de perder os outros shows já que havia visto todos, exceto Motley Crue e Iggy Pop. O importante era mesmo o Maiden. Como odeio esperar, fui dar um passeio pela cidade de Lewis Hamilton. Stevenage. Cidadezinha pequena, mas simpática. Infelizmente, acabei perdendo a segunda corrida de Fórmula 1 nesse ano. Bosta. Perdi o treino também. Cu!! Abrindo parênteses aos problemas, nota 5000 pra organização do festival. Primeiro, ótima escolha pelo Parque de Knebworth onde bandas lendárias como Led Zeppelin e Deep Purple já tocaram nos anos setenta. Lindo lugar. Muito verde. Muuuito limpo. Ao contrário do Download Festival, na mesma Inglaterra, que também foi super organizado, nada se comparou ao Sonisphere Festival em Knebworth. O estacionamento era super organizado e todos os carros ficavam estacionados com as mesmas distâncias entre si. De longe, uma bela vista. Impressionante organização. Outra diferença em relação ao Download era a limpeza. Apesar dum festival desse tamanho produzir uma verdadeira população que obviamente produz muito lixo, a limpeza do lugar e consciência das pessoas era impressionante. Carrinhos de lixo pra todos os lados e nenhuma sujeira no chão. Banheiros, apesar de químicos, igualmente limpos. Realmente, não sei se pressão da organização do Parque Knebworth ou consciência das pessoas, mas a organização desse festival específico me deixaram realmente impressionados. Após algumas horas em Stevenage, voltei a tempo de acompanhar o show todo do Alice in Chains (meu terceiro nessa minha viagem maluca), uma parte do Motley Crue e outras partes do Iggy Pop e The Cult. Como, pra ser honesto, nenhum deles me interessava, não vi nenhum deles completamente com excessão do Alice in Chains que, mais uma vez, fez um showzão. Dos outros, a putaria de sempre do Motley Crue e a performance enérgica do Iggy Pop, o bicho tá véio, parece um maracujá chupado, todo enrugado, mas, sua performance com seus mais de sessenta anos é impressionante. O véio não para de pular e gritar por nenhum minuto. Realmente impressionante. Após mais uns giros pelo parque Knebworth (lembrem-se que,
como todo festival, os palcos ficavam a quase vinte minutos andando da entrada dos shows), era finalmente chegada a hora do Iron Maiden. Mas isso, claro, fica pro próximo post, é claro. Vejo vocês daqui a pouco, pessoas. Tudo de bom.

2 comentários:

  1. Puta merda, já ia te perguntar oq vc tinha achado do show do LC /////: vi uns vídeos postados pela própria Cristina Scabbia no facebook dela. Qnd te ver ON a gente se fala, pisão no pé e chero na bunda.

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  2. Foi foda. Mas, "Sempre olhe as coisas pelo lado bom", não é mesmo? Hehe. Tudo de bom, gigante.

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