24 de maio de 2012

Frankfurt, parte III

"A gente vive assim, sempre acabando o que não tem fim..."

Londres, Inglaterra

E vamos nos despedindo de Frankfurt. Foram quatro longos dias de muito calor e muitas andanças. Não saí a noite, não socializei, não fui pra nenhuma festa, não comi ninguém. Minhas viagens são sempre por causa dos shows. Tudo que vier de bom, fica como bônus. Os shows são o brinde. “Música e F1...as únicas coisas que me chamam a atenção e me dâo algum ânimo. Sujeito chato, sou eu...” Não sou um turista nem tenho dinheiro pra isso. Se assim for, gastarei o pouco e já contado dinheiro que tenho em um dia. Vocês ficariam alarmados sobre o que é fazer economia pra mim. Enquanto alguém gastaria fácil (nada mais normal) pra lá de 100, 200 euros numa noite. Eu gastei em quatro dias em Frankfurt, 40 euros...

Se é pra economizar tudo, paga-se o preço. A diversão, já são os shows. Se eu quiser mais, preciso fazer um outro planejamento de viagem com esse objetivo. E que ao invés de durar dois, três meses, dure uma, duas semanas. Ou ter mais dinheiro. Ganhar na sena e não precisar controlar cada centavo simplesmente pra sobreviver ao final dessas malucas aventuras. O preço pede seu pagamento. Sempre dinheiro. Me deixa triste.

Após o check out no albergue, seriam 2h de ônibus da estação central Hauptbanhoff até o aeroporto de Hahn. Ali no cu do mundo. Paga-se o preço por gastar só 13 euros de um avião de Frankfurt para Londres. Só o ônibus pro aeroporto, custou mais 13 euros. Dá pra entender? Chegando por lá, eu teria que passar pela mais longa espera da minha vida. Foram torturantes 17h que pareceram durar dias. Espero nunca mais precisar passar por isso. E não tinha internet. Nem música, nem filmes, jogos, livros, nada. O jeito foi andar, andar, escrever, escrever, escreve, sonhar, pensar, sentir. Deu até vontade de chorar. Isso, nunca mais. Ao menos a temperatura baixou. Saí da Alemanha num “frio” de 15 graus rumo a Londres. Pra quem chegou lá fazendo 29º e passou um calor quase recifense em todos os dias, nada mal.

Nas 17h d’espera, muitas cenas interessantes no aeroportinho ali depois do cu da Alemanha. Uma família de asiáticos que falava gritando e perturbou pra valer o silêncio do pacato aeroporto. Casais de viadinhos fashion de mãos dadas. Én én. Malas, mau encarados, brasileiros (é claro...). Uma menininha de seus dois aninhos, correndo no portão do embarque pra ver a mãe que esperava a guria e o pai. Cena legal pra distrair tantas horas torturantes d’espera. Um negão, típico gigolô de filmes de comédia. Sapato branco, boina, ouro, muito ouro, óculos espelhado. Uma figura. Um clone do Bin Laden, uma clone da Amy Winehouse. E a lista foi seguindo e seguindo e seguindo e seguindo...mas o tempo, sem passar.

Nas 17h d’espera que lá passei, passou de tudo no aeroporto. Até cachorro desfilando. E assim foi minha despedida de Frankfurt.  Tudo muito bonito, mas não sei se fico mais chato e frio a cada dia, ou quando você viaja muito, novos lugares perdem a força do impacto. Não sei. O que sinto, é isso. Apenas. Muito bonito, muito legal, mas é só mais uma cidade como outra qualquer. Só mais uma país como outro qualquer. Igual ao seu, só usa roupa diferente. São só pessoas (mais bonitas, verdade, e muuuito!) falando alemão. Mas apenas pessoas. Talvez eu esteja só cansado. Talvez triste. Enfim, adeus Frankfurt, Alemanha. Vamos novamente a Londres, Inglaterra. Vamos ver o que sinto por lá...

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