25 de junho de 2010

Kiss, Palau Sant Jordi - Barcelona, Espanha - 24/06/2010

"Shout it, shout it, shout it out loud..."

Barcelona, Espanha

Dia 24 de junho também foi feriado aqui em Barcelona. No dia 23 a noite, a cidade para como se fosse o Revellion e todos vão às praias. A propósito, vi tanto furto lá como em Boa Viagem. E não foi um só. Foi uma porrada. Ninguém roubou ninguém a mão armada ou em abordagem, mas, na mínima bobeira, se vinha gente correndo com as coisas dos outros. E, como era clima de festa e os europeus adoram encher a cara, não era muito difícil levar as coisas desse povo.

Ontem, quinta-feira, 24 de junho, era feriado aqui em Barcelona e, sendo assim, estava aquele clima de feriado com muuuita coisa fechada e pouquíssimas abertas. Pra divertir o povo, dois grandes shows no mesmo dia. Bob Dylan no Poble Espanyol e Kiss no Palau Sant Jordi. Este último, por questões óbvias, foi o que escolhi. Não sou fã do Bob Dylan, mas gosto. Logo, iria a um show dele. Não sou fã do Kiss, mas iria a um espetáculo deles. Essa é a grande diferença entre os dois. O Bob Dylan tem o seu lugar na história com suas músicas de protesto. Enfim, o velhinho é uma lenda. Gostem ou não dele. Porém, ir a um concerto dele, significa exclusivamente ir assistir a sua música e apenas ela, pois não há nenhuma produção de palco. Apenas a banda tocando e nada mais. Nenhum pano de fundo sequer. Tudo bem. Afinal, a proposta do Bob Dylan nunca foi fazer espetáculos e sim, tocar sua música, passar suas mensagens proféticas e fim. Objetivo atingido com sucesso.

Já o Kiss, não é mentira pra ninguém, a música sempre esteve em segundo plano. A megalomania, o marketings, as superproduções sempre foram o fator mais importante na trajetória da banda do que sua música em si. Há músicas clássicas, sim. É uma banda lendária do rock and roll, sem dúvidas. Mas, sejamos honestos. Músicas boas não são lá seu forte. Já as mega-produções fazem um concerto dos americanos sempre serem, facilmente e sem exageros, comparados aos maiores espetáculos já vistos na terra.



Eu estaria a menos de 3 Km's do local do show. Me custava apenas € 53,00 assitir a um espetáculo que, SE passar pelo Brasil, com aquela putaria de Pista Vip, não vai custar menos de R$ 600,00. Lá fui a pé, então. O caminho ao ginásio já vale cada segundo de caminhada. Primeiro, passamos pela Placa Espanya que já não dá vontade de sair. Depois, vamos em frente, com o ainda mais lindo, Museu Nacional D'art de Catalunya. A vista é tão bonita, mas tão bonita que, por um breve momento, esqueci que tava indo ao show do Kiss. A cidade de Barcelona é tão linda, mas tão linda que vai, é claro, merecer um post a parte. Nos concentremos no show do Kiss.

O local do show, Palau Sant Jordi, ginásio construído especialmente pra Olimpíadas de 1992 já estava cheio, mas não lotado quando cheguei. Nada de filas. Tudo muito organizado. Peguei meu ingresso na bilheteria e entrei. O show tava marcado pras 21h00. Começou as 21h15. É bom assistir show na Europa, viu. Atrasam besteira. Quando atrasam. Assim que a enorme cortina com o logo do Kiss cai, dá-se início ao maior espetáculo que musical que já vi na vida. Roger Waters e AC/DC tinham me impressionado até então. Eu disse até então, hein. Que show, minha nossa senhora. Ou melhor, show é ofensa. Espetáculo. Continuo não sendo fã do Kiss e não simpatizando com sua música, mas que espetáculo caralhoso eu tive o privilégio de ver ontem.



O show começa com o Gene Simmons, Paul Stanley e Tommy Thayer saindo do fundo do palco numa plataforma giratória que passa por cima da bateria de Erik Singer até por os caras em terra firme. Quando a plataforma para de girar, vira um encaixe luminoso com o nome Kiss aceso abaixo da bateria. Fogos de artifício não faltam em nenhum momento. Estrelinhas, canhões, giratórios, coloridos. O que imaginar de pirotecnia, nesse show, houve. Até Copacabana ficaria com inveja. E não to exagerando.

Não bastassem as mais variadas formas de explosões e fogos de artíficio, a produção de um mega-espetáculo que é um "show" do Kiss, claro, não se contenta com tão pouco. Há uma hora que o Gene Simmons, como já é tradição, cospe fogo. Logo depois, também cospe sangue. Não sei o que o desgraçado usa na boca, mas que o efeito é perfeito em termos de realismo, ah é. Não satisfeito, o mesmo Gene Simmons sai voando, literalmente, até o teto do ginásio e com seus mais de 20 metros de altura pra cantar e tocar uma música inteirinha de lá de cima. Após a música, o mesmo, desce de lá da plataforma, literalmente como uma aranha. Ao mesmo tempo é assustador e belo.



Quando já se estava pra lá de satisfeito com a mega-produção, ainda teve mais coisa. A plataforma da bateria que era inçada até o teto do ginásio com direito a muito efeito de fumaça, como se fosse uma espaçonave. As plataformas laterais do palco também são inçadas até o teto, erguendo novamente, Gene Simmons e o guitarrista Tommy Thayer até o teto do Palau Sant Jordi. E ainda teve mais. Nas músicas finais, o Paul Stanley, literalmente sai voando do palco até o meio do público, onde há uma plataforma giratória, onde o mesmo tamém é erguido e lá, canta a música inteira. Depois, voa de volta pro palco com mais explosões e fogos. O show é tão bem-feito, é tanta surpresa, tanta pirotecnia que as 2h20 de show, mais parecem 20 minutos de tanta coisa que há pra chamar sua atenção sem te deixar um segundo cansado ou distraído.



Muito comunicativo com o público de Barcelona, durante todo o espetáculo, Paul Stanley dá uma canjinha de Whole Lotta Love do Led Zeppelin. Há tambem constantes efeitos visuais no fundo do palco. Sendo, um dos entre tantos, homenagem aos Beatles que, os caras, não fazem questão de esconder como uma de suas principais influências. E assim, o show, ops, espetáculo, foi chegando ao seu final. O público espanhol, por mais latino que seja, ainda é europeu, logo, muito frio. Um show desse no Brasil, ia ser tanto grito, tanto empurrão que aff maria. Assisti o show todo quietinho na minha cadeira com uma ótima visão e nenhum mala incomodando minha visão. E que espetáculo. Valeu cada minuto, ainda que não tenha sido o suficiente pra me tornar um fã da sua "música", me tornou um fã de carteirinha dos seus espetáculos. Sem exagero. O maior espetáculo da terra como eles mesmo vendem o show, hehe.

Set List

1. Modern Day Delilah
2. Cold Gin
3. Let Me Go, Rock 'N' Roll
4. Firehouse
5. Say Yeah
6. Deuce
7. Crazy Crazy Nights
8. Calling Dr. Love
9. Shock Me
10. I'm An Animal
11. 100,000 Years
12. I Love It Loud
13. Forever
14. Love Gun
15. Black Diamond
16. Detroit Rock City

BIS

17. Beth
18. Shandi
19. Lick It Up
20. Shout It Out Loud
21. I Was Made For Lovin' You
22. God Gave Rock 'n' Roll to You II (Argent cover)
23. Rock And Roll All Nite


PS: Fafá, dedico esse show a você que, como todos sabem, é brega e por isso, fã do Kiss, hehe. Tudo de bom pra tu, um abraço pra Fofão, um carinho em Rebequinha e uma rodada em Beth, hehe. Nos vemos em novembro na corrida de Fórmula 1, sua bicha!

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