Londres, Inglaterra
Depois de pouco
menos de dois anos, cá estamos, de volta à estrada fora do Brasil. Desde que
comecei essa brincadeira de viajar, ali por 2007, não parei mais. Mas sempre
viagens nacionais que se limitavam a assistir shows em São Paulo. E foram 10
vezes nos últimos cinco anos. Saindo de São Paulo, o máximo que fui foi ao Rio
de Janeiro e Porto Alegre. Minas Gerais, Brasília e Salvador não contam, pois
foram só conexões.
A minha mais
ambiciosa (diga-se maluca) aventura, até então, foi a viagem maluca de 2010
(apelidada assim, carinhosamente). 15 países, 35 cidades. A primeira vez fora
do país a gente nunca esquece, né? Ainda mais nesses moldes. Foram longos três
meses. Shows, festivais, turismo. Vôos, trens, ônibus. Acampamentos. Gente nova.
Primeira vez em tudo isso. Sempre sozinho. Muitos perrengues. Efeitos
colaterais ($$) até hoje. Poucos mas bons amigos. Sempre ajudando. Fieis. Bons
corações. Apesar da solidão na estrada (que pra mim não é tristeza), os meses
mais malucos e felizes da minha vida.
Desde então,
fui tentando encontrar uma maneira de repetir a dose. Mas não sou nenhum
milionário nem herdeiro de nenhuma fortuna. Assim como você, cara pálida, sou
só mais uma que precisa trabalhar pra sobreviver. 8h de chicote diários, cinco
ou seis dias por semana. Fazendo sempre aquele mesmo processo mecânico que me
faz morrer por dentro. Fazendo o que não
quero, convivendo com quem não quero. Durou pouco a vida real. Menos de seis
meses. Resolvi então, após dois anos, embarcar numa outra aventura. Um pouco
mais curta dessa vez. Dois meses. Menos países e cidades, também. Sete e
dezoito respectivamente. E com um enorme
detalhe. Experiência.
Alguns meses de
planejamento, horas e horas tentando descobrir as rotas sempre mais baratas e
fáceis. E tentando encaixar tudo no quesito tempo. Shows, festivais, cidades.
Muito pouco dinheiro, muita falta de juízo, uma pitada de irresponsabilidade
misturada com coragem e inconsequência e está feito o roteiro. Lá vamos nós,
novamente à imprevisível e misteriosa, estrada. O mais legal de tudo é que, por
mais planejados que estejam meus passos ao longo de dois meses, a próxima
curva, a gente nunca sabe...
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