Londres, Inglaterra
E
vamos nos despedindo de Frankfurt. Foram quatro longos dias de muito calor e
muitas andanças. Não saí a noite, não socializei, não fui pra nenhuma festa,
não comi ninguém. Minhas viagens são sempre por causa dos shows. Tudo que vier
de bom, fica como bônus. Os shows são o brinde. “Música e F1...as únicas coisas
que me chamam a atenção e me dâo algum ânimo. Sujeito chato, sou eu...” Não sou
um turista nem tenho dinheiro pra isso. Se assim for, gastarei o pouco e já
contado dinheiro que tenho em um dia. Vocês ficariam alarmados sobre o que é
fazer economia pra mim. Enquanto alguém gastaria fácil (nada mais normal) pra
lá de 100, 200 euros numa noite. Eu gastei em quatro dias em Frankfurt, 40
euros...
Se
é pra economizar tudo, paga-se o preço. A diversão, já são os shows. Se eu
quiser mais, preciso fazer um outro planejamento de viagem com esse objetivo. E
que ao invés de durar dois, três meses, dure uma, duas semanas. Ou ter mais
dinheiro. Ganhar na sena e não precisar controlar cada centavo simplesmente pra
sobreviver ao final dessas malucas aventuras. O preço pede seu pagamento. Sempre
dinheiro. Me deixa triste.
Após
o check out no albergue, seriam 2h de ônibus da estação central Hauptbanhoff
até o aeroporto de Hahn. Ali no cu do mundo. Paga-se o preço por gastar só 13
euros de um avião de Frankfurt para Londres. Só o ônibus pro aeroporto, custou
mais 13 euros. Dá pra entender? Chegando por lá, eu teria que passar pela mais
longa espera da minha vida. Foram torturantes 17h que pareceram durar dias. Espero
nunca mais precisar passar por isso. E não tinha internet. Nem música, nem
filmes, jogos, livros, nada. O jeito foi andar, andar, escrever, escrever,
escreve, sonhar, pensar, sentir. Deu até vontade de chorar. Isso, nunca mais.
Ao menos a temperatura baixou. Saí da Alemanha num “frio” de 15 graus rumo a
Londres. Pra quem chegou lá fazendo 29º e passou um calor quase recifense em
todos os dias, nada mal.
Nas
17h d’espera, muitas cenas interessantes no aeroportinho ali depois do cu da
Alemanha. Uma família de asiáticos que falava gritando e perturbou pra valer o
silêncio do pacato aeroporto. Casais de viadinhos fashion de mãos dadas. Én én.
Malas, mau encarados, brasileiros (é claro...). Uma menininha de seus dois
aninhos, correndo no portão do embarque pra ver a mãe que esperava a guria e o
pai. Cena legal pra distrair tantas horas torturantes d’espera. Um negão,
típico gigolô de filmes de comédia. Sapato branco, boina, ouro, muito ouro,
óculos espelhado. Uma figura. Um clone do Bin Laden, uma clone da Amy
Winehouse. E a lista foi seguindo e seguindo e seguindo e seguindo...mas o
tempo, sem passar.
Nas
17h d’espera que lá passei, passou de tudo no aeroporto. Até cachorro
desfilando. E assim foi minha despedida de Frankfurt. Tudo muito bonito, mas não sei se fico mais
chato e frio a cada dia, ou quando você viaja muito, novos lugares perdem a
força do impacto. Não sei. O que sinto, é isso. Apenas. Muito bonito, muito
legal, mas é só mais uma cidade como outra qualquer. Só mais uma país como
outro qualquer. Igual ao seu, só usa roupa diferente. São só pessoas (mais
bonitas, verdade, e muuuito!) falando alemão. Mas apenas pessoas. Talvez eu
esteja só cansado. Talvez triste. Enfim, adeus Frankfurt, Alemanha. Vamos
novamente a Londres, Inglaterra. Vamos ver o que sinto por lá...
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