Londres, Inglaterra
E chegou a hora
do nosso primeiro show. Antes de montar essa viagem maluca, fiz e refiz o
roteiro várias vezes. Tinha recebido com muita surpresa que haveria uma turnê
do Ian Anderson esse ano, onde ele tocaria na íntegra o Thick as a Brick pela
primeira vez desde 1972. De longe o melhor álbum do Jethro Tull. E de brinde,
tocaria também o Thick as a Brick II, lançado esse ano. Mas a tour só passaria
pela Europa e Estados Unidos. Nada de Brasil. Bosta! A minha viagem maluca
começaria em junho e pra conseguir pegar esse show, eu teria que antecipa-la em
quase três semanas. De última hora, porém, descobri que havia um vôo saindo
direto do Hellcife rumo a Frankfurt às sextas. Descobri também que haveria um
show em Mainz, que fica a cerca de 45 Km’s de Frankfurt ou 45 minutos de trem.
Assumi o risco de fazer o dinheiro (que já tava contado nos centavos) render
mais e me virar só pra conseguir ver esse show. Por causa da logística, também
deu pra encaixar dois shows do Fish com o Glenn Hughes na mesma noite. Em
Londres e Glasgow. Mas estes, ficam pra um próximo post.
Como tudo meu
tem que ser um pouco complicado, a primeira aventura foi garantir o ingresso. A
Eventim, organizadora do show, não dava a opção de retirar o ingresso na
bilheteria. Se escolhesse enviar pro Brasil, além de pagar mais pelo frete do
que pelo próprio ingresso, não haveria tempo útil pra chegar antes d’eu viajar.
O jeito foi mandar pro albergue que eu ficaria. E o ingresso foi enviado 10
dias antes d’eu chegar. Pra minha surpresa, quando cheguei no albergue, nenhum
ingresso havia sido entregue. Entrei em contato imediatamente com a Eventim
explicando a situação. Até algumas horas antes d’eu viajar de Frankfurt pra
Mainz, onde seria o show, nada resolvido. Aos quarenta e oito do segundo tempo,
resolveu. Resolvi entrar numa lan house pra checar meu e-mail poucos minutos antes
de entrar no trem. E lá estava uma autorização em PDF. Era só imprimir e
apresentar na entrada. Sorte! E se por acaso eu não tivesse checado o e-mail?
Vai saber.
Resolvi chegr
em Mainz às 17h, três horas antes do show. Segundo o Google Maps, o local do show,
Phonix-Halle ficava a 1,3 Km’s da estação de Nord ou cerca de 20 minutinhos a
pé. A estação, no meio do nada, nas ruas, nem uma alma. Nenhuma placa, nenhuma
indicação. Que beleza. Eu sozinho no meio duma cidadezinha alemã. Resolvi
caminhar e achei um posto. Ufa! Me deram umas informações (em alemão!), mas
nessas horas, o instinto fala mais alto e meio que você entende sem compreender
uma palavra. Umas ruas erradas depois, uns vai e volta, achei o maldito lugar.
Quase uma hora depois de me aventurar da estação...
Imagine um show
numa entrada dum depósito. Sabe aqueles lugares que os caminhões de mercadorias
descarregam suas coisas lá no shopping? Pois bem, algo parecido. E sem nenhuma
indicação no local. Pra quem não mora lá, difícil, viu. A cidade já era no fim
do mundo e o local, pior ainda. Entrei lá sem fazer a mínima idéia que o show
seria lá. De repente, apareceu um cidadão com uma camisa do Jethtro Tull. Bom
sinal. Era ali. Bingo. Caralho!!
E aos poucos
foi chegando gente. 90% de tiozões e tiazinhas. Grande maioria “d’alemão das
brenha”. As 19h em ponto, portas abertas. O local, bacana, boa acústica. Legal,
bacana. Mas de lone, foi o local mais estranho onde já vi um show na vida.
Primeiro, uma cidadezinha deserta no cu da Alemanha, depois, um local de show
mais deserto ainda – um galpão no meio do nada. O mais estranho é que aquela
coisa lotou. Quando lá cheguei, era a única alma viva naquela porra. Pouco mais
de uma hora e umas 3 mil pessoas lotavam o treco. Jamais apostaria minhas
fichas depois duma primeira impressão tão de bosta...
As fotos do show, você pode ver aqui:
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.105954269549514.10501.100004048244728&type=3
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