"I Know what I want, I'll say what I want and no one can take it away..."
Barcelona, Espanha
Este ano, tive o privilégio de, finalmente, conhecer o local. Nossa aventura começou logo cedo na quinta-feira, em Barcelona. Peguei um metrô, rápido, apenas quatro estações de onde estou aqui em Barcelona, Vila Mari. Rocafort a Arc d'Trionf. Cinco minutinhos e € 1,75 ou € 7,85 válidos por 10 viagens com direito a integrações de ônibus. Ao descer em Arc d'Trionf, caminhamos poucos minutos até a estação de ônibus Nord e esperamos até as 7h pra pegar o ônibus pra uma cidade chamada Girona a aproximadamente uma hora de Barcelona. Esperamos mais meia horinha e pegamos o vôo pro aeroporto de East Midlands em Derby, Inglaterra, onde fica o autódromo. Lembrando que o fuso de Derby em relação a Barcelona é de 1h. Chegamos então à "ensolarada" Inglaterra às 11h da quinta-feira, dia 10 de junho. Uma dica. Nunca vá a Inglaterra, seja qual for a cidade, seja qual for a época do ano sem o "Kit Inglaterra". Sim, nunca deixe de levar capa impermeável, pois sempre está chovendo. Sempre leve uma boa e grossa jaqueta, pois faz um frio dos diabos que aumenta ainda mais com o vento frio que sempre sopra por lá. Até nos dias que o sol brilhou, o vento sofrou forte o suficiente pra esfriar os ossos. E claro, protetor solar. Apesar do ventro frio sempre estar soprando e asanhando seus cabelos, o sol machuca do mesmo jeito. Meu rosto queimado que o diga...
Ao chegar no aeroporto, tudo bem com a imigração com direito a tapinha nas costas e "Enjoy the Download Festival" do oficial inglês da imigração. Como Derby é uma pequena cidade inglesa onde albergues e hotéis são bem distantes do autódromo, optei por comprar meu ingresso com direito a camping para cinco dias. Isso é uma coisa bem normal na Europa nesses festivais de verão. A Europa inteira vai a estes festivais. É um verdadeiro evento para eles. Quase como se fosse o nosso carnaval. É bem interessante acampar com pessoas de toda a parte do velho continente ao seu redor. Há bandeiras de todos os cantos. Ao chegar em East Midlands, a primeira "surpresa" foi perceber que estava um bocado frio, muito além do que eu esperava e eu só tinh levando uma jaqueta, não muito quente, do meu amigo Calumby que está me dando toda a assistência possível aqui em Barcelona. E claro, minha cabeça de vento não poderia passar bnatida. É claro que iria esquecer de alguma coisa. Levei toda documentação, ingresso, passaporte, pasta e escova de dente, sabonete, o caralho. Mas, claro, o principal eu fui esquecer. A barraca. Seriam 4 noites pra dormir e eu não tinha onde, hehe. A esperança era que lá vendesse alguma. Mas, quis o acaso que aparecesse uma boa alma pra me salvar. "Hey, man!" Perguntei ao primeiro cara que vi assim que tentava descobrir qual ônibus pegar pra chegar ao local do show. No mapa, o autódromo fica a 6 Km's do aeroporto, mas andando, isso se torna uma hora aproximadamente e, no frio que estava, desisti. Como meu senso de direção é péssimo, achei mais prudente não arriscar. Descobri então o ônibus que nos levaria ao Castle Donington. Eu e meu amigos polonês de nome impronunciável. Resolvemos nos tratar como "Man", hehe. Falei minha situação e o polonês se mostrou calmo e gentil desde a primeira palavra. Acabou que ele cedou a barraca. Isso mesmo, passamos a dormir todos os dias juntinhos. Ui!! No frio!! Mas sem abraços nem viadagens. Tão pensando o quê? Me respeitem, suas bichas enrustidas (isso foi especialmente pra você, Iuri, hehe). Acabou que a gente fez companhia um ao outro durante todo o final de semana. Testamos nosso inglês, aprendemos a montar barraca, falamos um bocado sobre nossos países e, claro, fomos aos shows. O festival em si, só começaria na sexta. Como chegamos aproximadamente as 12h da quinta, fomos conhecer o lugar. Bem grande por sinal. Enorme. A maioria das barracas já estavam armadas e gente do mundo inteiro não parava de chegar. Fazia um frio dos diabos e foi piorando ao longo do dia. Primeiramente, fomos caminhar pelas pista onde, literalmente, montam uma cidade do rock. Caixas eletrônicos, banheiros, chuveiros, parque de diversão, cabine de fotos, bares, tendas temáticas, cinema, o caralho batendo palma e mais um pouco. Sem exagero, andamos uns 5 Km's nesse primeiro dia. Fomos conhecer o famoso museu de Fórmula 1 que fica logo na entrada do autódromo. Lá, está a maior coleção do mundo de carros de Fórmula 1 de todas as décadas. Todos os carros históricos estão lá, assim como capacetes, macacões, recortes de jornal, etc. Enfim, a história do automobilismo está lá e, nosso querido Ayrton Senna, tem uma grande parte nessa história, pois há uma estátua dele lá, além de muitos dos seus carros e pertences que usou na Fórmula 1 enquanto viveu. Estava muuuito ansioso e custava apenas 7 libras pra entrar. Porém, para o meu azar, o museu estava fechado por causa do festival e só voltaria a ser aberto na terça, exatamente um dia depois d'eu partir. Paciência. Ainda irei à Inglaterra duas vezes novamente nessa minha turnê maluca e, é claro, custe o que custar, voltarei a Derby para conhecer o museu de Donington Park.
Apesar da frustração, tirei algumas fotos históricas da parte externa do museu. Melhor do que nada. De lá, após conhecermos quase todo o autódromo, finalmente voltamos à barraca. A essa altura, o frio inglês estava ainda pior pois conforme vai anoitecendo, a temperatura vai baixando ainda mais, o vento vai aumentando e tua sensação de desconforto vai piorando. Acabou de nos pegarmos dentro da barracam agasalados, com três camisas cada, 3 meias, enrolados no forro extra da barraca e ainda assim congelando de frio. Apelamos pro Whisky puro pra esquentar um pouco e, nem assim, ajudou muito. Pela primeira vez na vida, vi vapor sair da minha boca ao falar. Pela primeira vez na vida, entendi na pele que o frio dói. Até os ossos. Literalmente. E olho que a temperatura mínima registrada foi de 5º. Tivemos muuuita dificuldade pra dormir e claro, esqueci de outra coisa crucial além da barraca. Meu remédio pra dormir. Todos sabem que tenho um grave problema de insônia. Imaginem meu desespero. Além do frio, não iria conseguir dormir sem os remédios. Até agora, não entendo como conseguir dormir relativamente fácil todas as noites numa barraca e num frio de lascar!! Acasos dessa vida estranha...
Sobrevivemos a gelada fria e finalmente teríamos o primeiro dia do festival que teve o seguinte cast:
Sexta AC/DC Stage
AC/DC
Maurice Jones Stage
Them Crooked Vultures
Killswitch Engage
36 Crazyfists
Unearth
Ronnie James Dio Stage
Bullet for My Valentine
Coheed & Cambria
A Day to Remember
Anathema
Trigger the Bloodshed
Pepsi Max Stage
Job for a Cowboy
As I Lay Dying
Tyketto
Lawnmower Deth
Sweethead
Year Long Disaster
Red Bull Bedroom Jam Stage
Devil Sold His Soul
Funeral Party
Heights
Never Means Maybe
Taylor Hawkins and the Coattail Riders
Imicus
The Humour
Jägermeister Acoustic Stage
Skin
Jettblack
Sondura
Starseed
Danny Vaughn
Pra ser honesto, apenas o AC/DC me interessava e, sendo assim, me concentrei no shows dos australianos, assim como todo o festival. O bom do Castle Donington é que, na arena, apesar de abrigar confortavelmente mais de 200 mil pessoas, se tem uma ótima visão onde quer que esteja. Escolhi ficar no meio. Nem muito atrás nem muito na frente. O suficiente pra ter uma visão ótima do palco e dos caras sem passar sufoco lá frente. Basicamente, o show foi o mesmo apresentado em São Paulo no estádio do Morumbi em Dezembro. Uma outra música diferente, mas basicamente o mesmo show. Ou melhor, espetáculo. Continua sendo o maior espetáculo em termos de produção, pirotecnia e efeitos especiais que já vi na vida e, claro, o melhor. No show do AC/DC, a garantia está sempre garantida. Apesar de ajudar muito, a música ainda é o carro-chefe dos quarteto da Austrália e os clássicos da banda fazem até o mais frio do inglês pular e sorrir durante as duas horas de show. Como bom brasileiro, pulei que nem pato na merda, hehe. Grande show. Valeu cada centavo. Ao fim do show, lá fomos nós, eu e meu amigo polonês à nossa aventura noturna de conseguir dormir naquele frio glacial. Na sexta, fez menos frio, mas ainda assim, o suficiente pra nos manter tremendo a noite toda e vento o vapor sair das nossas bocas ao falarmos ou respirarmos. Sobrevivemos e lá fomos ao sábado:
Maurice Jones Stage
Rage Against the Machine
Deftones
Megadeth
Lamb of God
Five Finger Death Punch
Flyleaf
Atreyu
Hellyeah
Taking Dawn
Ronnie James Dio Stage
30 Seconds to Mars
HIM
The Blackout
Volbeat
We Are the Fallen
Cancer Bats
My Passion
Rolo Tomassi
Sonic Syndicate
Rise to Remain
Pepsi Max Stage
Michael Monroe
Skin
Y&T
Senser
Enuff Z'nuff
Halestorm
Rock Sugar
Genitorturers
Reckless Love
Sybreed
Holy Grail
Killing for Company
Godsized
Red Bull Bedroom Jam Stage
Breed 77
Glamour of the Kill
Kadawatha
This Is Divine
Stand Up Guy
No Mean City
The Dead Lay Waiting
The Plight
Urban Voodoo Machine
Revoker
Jägermeister Acoustic Stage
Reckless Love
Panic Cell
The Humour
The More I See
Dommin
Everything Burns
The Blackout
E finalmente conheci à Inglaterra. Ainda não foi Londres, mas foi Inglaterra. E, o lugar, tão ou mais importante sentimentalmente que Londres. Donnington Park é especial por vários motivos pra quem é fã de Fórmula 1 e Heavy Metal. Primeiro, pois foi o lugar que o nosso gênio Ayrton Senna pilotou pela primeira vez um carro de Fórmula 1 em 1983. Uma Williams. Para eternizar esse momento, o então jovem Ayrton Senna conseguiu a façanha de bater o recorde da pista na primeira vez que pilotou um carro de Fórmula 1. Donington também é histórico por ser o palco do maior festival de Heavy Metal do mundo. O Monsters of Rock realizado desde 1980. Lá, shows históricos aconteceram. Para citar alguns, Iron Maiden, Black Sabbath, Ozzy Osbourne, Kiss, Metallica, AC/DC, Aerosmith, etc...
Assim como na sexta, apesar da ótima oferta de bandas, hehe, apenas o Megadeth me interessava e não decepcionaram. Mr. Mustaine e CIA fizeram um show que sacudiu as mais de 100 mil pessoas presentes em Donington. Foi um show selvagem com várias rodas o tempo inteiro. Achei um casal de brasileiros lá. Após as rodas, perdi todos de vista, hehe, inclusive meu amigo polonês, hehe. Mas valeu cada minuto. Apesar do tempo apertado do set, o Megadeth soube escolher bem seu set com músicas novas e antigas sem deixar a peteca cair um minuto sequer. Após o show dos americanos, me dei como satisfeito e voltei pra barraca. Apesar da fama do Deftones e Rage Against the Machine (mesmo sem Zack de la Rocha) não fiz questão de ver o show dos caras. Prefiri enfrentar o frio da noite (apesar de longe, ter sido o dia mais quente com direito a sol Hellcifense no show do Megadeth. Me queimei todo...) e espear o domingo. Último dia de festival. Esse sim, queria ver todos os shows principais com excessão do Stone Temple Pilots.
The Maurice Jones Stage
Aerosmith
Stone Temple Pilots
Motörhead
Billy Idol
Slash
Cinderella
Saxon
FM
Dommin
Ronnie James Dio Stage
Stone Sour
Airbourne
Steel Panther
Porcupine Tree
The Dillinger Escape Plan
The Damned Things
Napalm Death
Switchfoot
August Burns Red
Nonpoint
3 Inches of Blood
White Wizzard
Pepsi Max Stage
Suicidal Tendencies
Zebrahead
Young Guns
Die Apokalyptischen Reiter
Whitechapel
Jim Jones Revue
Esoterica
Your Demise
Crime in Stereo
TAB the Band
The Morning After
No Americana
Ben Poole
Red Bull Bedroom Jam Stage
Panic Cell
Max Raptor
T-34
Hearts Under Fire
You And What Army
Sacred Betrayal
Enemo-J
The Virgin Marys
Straightlines
Tiger Please
Jägermeister Acoustic Stage
Enuff Z'nuff
Nonpoint
Ginger
DJ Clash (Scott Rowley and Alexander Milas)
The Dirty Feel
Ricky Warwick
Taking Dawn
Após mais uma noite fria apesar do calor insuportável que fez durante o dia, conseguimos dormir bem e estávamos em forma pra aguentar o último e melhor dia do festival. Pela primeira vez em 15 anos, perdi uma corrida de Fórmula 1 e senti muito mas, paciência, foi por um bom motivo. Consigo a corrida depois. Quando vou conseguir ir novamente ao Monsters of Rock em Donington, na Inglaterra e com esse set? Nem preciso responder, ok?
Saxon
O dia começou bem com um bom show do Saxon. Dedico o show ao meu amigo Arcanjo que gosta um bocado da banda. Lembrei de você durante o show, seu monstro. Mas, apesar do esforço dos integrantes, o Saxon se mostrou não ser uma banda de grande público, de grandes shows. A recepção dos ingleses, apesar de respeitosa com seus compatriotas foi bem fria. Um show beem morno pra ser sincero.
Cinderella
Não conhecia uma música sequer dessa bandas. Pra ser sincero, conhecia apenas o nome e sabia que era uma banda glam dos anos oitenta e por ter um amigo viado que gostava dessas tosqueiras não é, Fafá? A típica banda que faz de tudo pra chamar a atenção mas é como o Massa na Fórmula 1. O piloto até que é competente, mas não adiante, carisma é algo que se nasce. Se você não tem, não tem esforço que dê jeito e isso se aplica perfeitamente ao Cinderellas. Outro show morno e bem artificial.
Slash
Para um público que estava frio frio, o lendário guitarrista do Guns N' Roses acendeu o fogo do Donington Park e botou todo mundo pra pular, tanto com suas novas músicas do seu primeiro e recem-lançado álbum solo como, como não poderia deixar de ter, os clássicos do Guns N' Roses. Com uma banda muito bem entrosada e um vocalista pra lá de entrosado, Slash, literalmente, pôs fogo no chá dos ingleses. Pra completar o senhor show, o espetáculo ainda contou com a ilustro presença do lendário vocalista do Motorhead, Lemmy Kilmister. Inegável dizer que o público inlgês literalmente teve seus momentos de sul americanos, hehe.
Billy Idol
Conhecia bem pouco ou quase nada do velho bad boy mas, felizmente, e creio que, também pra todo Donington Park, o show contou com uma performance e carismática do cantou e, para surpresa de muitos, inclusive a minha, foi de longe o melhor show de todo o festival. Pena que foi aí que o festival começou a "naufragar". Literalmente, no show do Billy Idol, começou a cair uma chuva torrencial e fez o parque de Donington se tornar um mar de lama. Aos que acham que o que aconteceu em Interlagos (Woodstock) em 2009 no show do Maiden foi desorganização de país de terceiro mundo, saiba que, mesmo a Inglaterra com toda sua organização não foi capaz de domar a natureza e evitar o lamaçal. Estava muito preocupado com meu passaporte que estava no bolso e com a camêra. Então, mesmo com o Billy Idol fazendo um show pra lá de fantástico, tive que sacrificar uma ou duas músicas pra salvar meu passaporte e câmera. Fui correndo pra barraca e tive que voltar. Como Donington é literalmente uma cidade, levava aproximadamente quarenta minutos pra ir e voltar. Isso também, infelizmente, me custou algumas músicas do próximo show.
Motorhead
Quando voltei, o show do Motorhead já estava com umas duas músicas e o cenário havia mudado drasticamente. Por mais que os fãs verdadeiros não arredassem o pé, muuuita gente tinha sido vencida pela chuva torrencial e, principalmente pelo mar de lama movediça que o local se tornou. Era muuito fácil pisar em falso, se esburrachar no chão e virar uma bola de lama. Tive que fazer um imenso esforço pra não cair. A essa altura, já havia pego a mochila, impermeável cedido pelo meu bom amigo polonês de nome impronunciável e e estava apenas esperando o principal show do festival, o Aerosmith. O passaporte e a câmera estavam salvos, mas eu já tava muito molhado e a chuva não parava nem o vento congelante da Inglaterra, não parava de tremer e isso se tornou extremamente desconfortável. Pra piorar, ainda teria que acompanhar o show do Stone Temple Pilots que, apesar do esforço, não conseguiu ser mais forte que a forte chuva que desanimou e afastou muito do público do castelo de Donington. Estava tão morgado e fraco que vou ficar devendo fotos do show.
Aerosmith
Os amaericanos entraram como fogo com "Love in Elevator" e trouxe dos mortos muitos dos que já tinham desistido do festival por causa da chuva que castigava o festival. Por mais que o grupo americano tenha feito um excelente show com clássicos cantados de cor por todos como Dream On e Walk this Way, a chuva, o lamaçal e o cansaço de três dias de festival tinha levado toda a energia da multidão que lá se encontrava. Decidi sair alguns minutos antes do show, por volta das 23h, pois teria ue caminhar meia hora pra sair do local, lembram-se? De lá, ainda teria que pegar um ônibus de volta ao aeroporto de East Midlands tendo como destino Girona e depois Barcelona de volta a casa do meu amigo Calumby. Apesar do aeroporto ficar a cinco minutos do Castle Donington, decidi não me arriscar mais e achei melhor ficar uma noite sem dormir e não correr o risco de perder o vôo.
Vale uma informação. Os metaleiros literalmente "acabaram" com o aeroporto pacato de East Midlands, hehe. Era gente suja de lama por todos os lados, de todos os cantos da Europa, parecidos saídos da guerra, hehe. Eu inclusive, hehe. Conseguimos a proeza de entupir duas das quatro privadas do banheiro, emporcalhar o banheiro e o aeroporto a ponto da administração nos proibir de usar o mesmo, hehe. Sim, parecia um campo de guerra, hehe.
Sentia que algo não ia bem. Não estava com fome, mas estava muuuito cansado, com os calcanhares em carne viva depois de dias andando quilômetros. Não houve tênis confortavel que ajudasse. Então, andar, se tornou uma tarefa extremamente dolorosa. Apesar de está com o empermeável, a jaqueta enxarcada obviamente não havia secado e a sensação de peso e cansaço era grande. Pra completar, o alarme de incendio do aeroporto soou de madrugada e literalmente nos expulsaram do mesmo numa típica madrugada britânica. Gelada. Que maldade!!!
Após uns 20 minutos congelando como pinguins do lado de fora, liberaram o aeroporto após uma inspeção e podemos fazer o check in e foi aí que começou minha "aventura". Essa, nem um pouco agradável. Apesar de me manter calmo, confesso que fiquei beeem tenso. Acreditem, entrar na Inglaterra foi super fácil e simpático, assim como Madri, mas sair, ah...isso deu trabalho. A mulher do check in implicou comigo exigindo um visto. Expliquei diversas vezes que não precisava, pois estava apenas como turista e no prazo de 3 meses que me é legalmente concedido. Após ligar pra um e outro, finalmente a inglesa que devia ter acordado de pá virada e decidiu descontar no primeiro que visse, me liberou. Meu vôo já tava em cima da hora e ainda tinha que passar no raio X. Toda a europa tava lá. E como estava no meu dia de sorte, resolveram implicar comigo e passar minha mochila 3 vezes no raio x e me pedir pra ficar sujo e descalço no meio do check in. Pra completar, nas caixas de som, a Ryanair chamava insistentemente o último passageiro do vôo 7388. Claro, eu. Lembram do meu calcanhar em carne viva que tornava o simples caminhar doloroso, ok? Imaginem correr, com uma mochila nas costas, todo sujo de lama (fui barrado de me limpar no banheiro, lembram?) e com o embarque lá depois da casa do caralho com subidas, descidas, curvas que mais pareciam um labirinto. Claro, fui o último a entrar no avião com o coração na boca e tremendo de frio. Mas claro, hoje o dia era meu e ele apenas havia começado, hehe.
Fui barrado no avião. A mulher do check in havia ficado com meu ticket e não queriam me deixar entrar no avião. Só depois de verem e rever meu passaporte, que a moça tinha se enganado e que meu nome tava na porra do vôo que me liberaram e pediram desculpas. Nisso, claro, todo o avião olhando pra mim. Nunca tive tanta vontade de dizer: "O que é, bando de ingleses do caralho?!!" Mas, resolvi me controlar e não piorar o dia que não se desenhava bem desde a madrugada. Pra minha sorte ter mais uma capítulo de crueldade, fiquei no meio de duas inglesas chatas e cororcas e na frente, duas, sim, duas, e não só uma criança que chorou histericamente as duas horas de vôo, enquanto eu apenas tentava dormir um pouco, já que havia virado a noite e tava morto, sujo, molhado, com fome, estressado com tantos contra-tempos e ainda tinah dois guris que eram mais histéricos que qualquer adolescente chapada. Após tudo isso, finalmente chego ao aeroporto de Girona, Espanha. De lá, seria mais 1h de ônibus pra estação Nord, 10 minutos de metrô e cinco minutos pra casa do meu amigo Calumby. Mas claro, hoje era o meu dia. O policial espanhol que tava com uma cara pra lá de fechada resolveu implicar comigo e, mesmo após mostrar minha passagem de ida e volta pro Brasil, carta de convite do meu amigo com endereço e todos os seus dados, dinheiro em espécie, cartões, ele não se convenceu. Havia outros dois policiais. Um homem e uma mulher. Esse dois, ao menos se mostraram solícitos em me ouvir, coisa que o primeiro sequer deixou. Apesar de tudo mantive a calma e falei calmamente com os bonzinhos, enquanto o malvado queria porque queria me foder de qualquer jeito. Me mandaram pra uma salinha. Queriam cada passo que ia dar na Europa, o que ia fazer, os ingressos dos shows, as reservas dos albergues e etc. Disse com calma que estava tudo na casa do meu amigo e apenas não havia levado para Donington, pois não queria correr o risco de molhar tudo lá, caso chovesse, que foi o que realmente aconteceu. Mostrei como eu tava sujo pra verem que eu não tava mentindo. Pedi pra ligarem pra TAM confirmando minha data de volta ao Brasil, pedi pra entrarem no meu e-mail pra comprovar as reservas dos albergues e ingressos, roteiro de viagem, tudo. A essa altura, os bonzinhos já estavam convencidos que eu não tava mentindo, pois respondia corretamente a tudo que me perguntavam e o malvado continuava querendo me foder. Após mais de uma hora de tensão, os bonzinhos venceram o malvado e o convenceram que, se eu quisesse ficar ilegar na Espanha, não tinha feito tantos gastos com ingressos, albergues e tinha me preocupado tanto com passagens de ida e volta pro Brasil, seguro-viagem, carta convite do meu amigo e o caralho. Finalmente me liberaram e pude respirar em paz. Fazia um sol dos diabos em Girona e eu ainda teria que enfrentar mais de 1h de ônibus, metro e caminhada. As 12h30, finalmente, cheguei a casa do meu amigo em Barcelona. Tomei um longo banho, saímos pra comer e relaxei. Hoje, foi um dia pra lá de tenso, mas, que me ensinou muuuito. Pessoas, se vierem a Europa, mostrem tudo caso encontrem um fiscal enfesado como o que achei. E, principalmente, cuidado com o aeroporto espanhol de Girona. Depois, com calma, descobri que uma amiga (namorada do meu amigo Calumby que aqui me abriga em Barcelona), passou pelo mesmo perrengue mas que também sobreviveu. Fica a dica (parafraseando minha amiga romântica), nas próximas viagens, levarei comprovantes e xerox de todos os ingressos, comprovantes de albergues, minha planilhinha de excel contando dia a dia meu roteiro, tickets de onibus, endereços dos locais de shows, locais dos albergues, tamanho do meu tênis, cueca, bermuda, tipo sangúineo, religião, opção sexual, cor dos dentes, olhos, quantos dedos tenho e o que mais queiram. Putz!! Gato escaldado...
Desculpem o tamanho do post, mas as aventuras realmente precisavam ser contadas. Mesmo que não tenham sido nem um pouco divertidas. Descansarei aqui em Barcelona até quinta e, na sexta, sigo viagem para o próximo país, Suíça, onde assistirei ao segundo festival, Sonisphere em Zurique com o seguinte cast:
Metallica
Megadeth
Slayer
Anthrax
Alice in Chains e Motorhead como principais atrações
Vejo vocês em alguns dias. Cuidem-se e pisão pisões nos pés!
Up the irons!!
PS: Moon, foram esses os infortúnios, mas tá tudo bem comigo. É meio idiota pedir pra não se preocupar, mas estou bem, hehe. O pior já passou e sobrevivi.
Ah, ja passei muito por esses guardas simpaticos. Um deles mandou eu sair da Europa e nunca mais voltar. Mas se fuderam pq eu sempre volto e com visto certo haha.
ResponderExcluirEsta Fantastico suas ocorrencias.
Sucessos!
Danosse... chega bateu uma preguiça com tantos problemas... :P
ResponderExcluirJr. Vc é corajoso. Eu teria mando o guarda tomar naquele canto.
ResponderExcluirAs fotos estão bem legais !
Grande abraço e curta a Suíça.
LOL... a viagem mal começou e já passastes por um bocado, hein?! :D Arrase aí, meu caro. A Europa é sua ;)
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGigante!!!!!!!!! \o/ Meu velho, fui lendo e imaginando tudo, caraca... vc viu Slash!!!!!!!!!!!!!!!!! PQP!! e ficou pertinho né????? realmente, pela fotos vi que sim. Segura a peteca ae meu filho q e ainda tem muito oq contar pra nós, vou mandar um pacote de preservativo pra você por Scabbia, pq com esse frio todo só fazendo MUUUUUUUUITO pra esquentar, não esqueça de pegar com ela no show do Lacuna Coil, viu? Abraço pra você meu querido, e João mandou um pra você tbm, e por trás. ~q:
ResponderExcluirÉ, acho que Saxon não vejo mais. O Biff jajá se aposenta.
ResponderExcluirE frio... bem, acho que AGORA você sabe que frio pode ser bem mais irritante que calor, né? Agora vc me entende...
Oi!!!! To indo pra esse festival em 2012, e não sei de nada mesmo ... Tipo... de como ir de Londres para o local do festival???? Se pode comprar entrada somente para um dia???? Me ajuda....
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