27 de julho de 2010

Paris, França - 25-28/07/2010

"Nem sempre faço o que é melhor pra mim, mas nunca faço o que eu não to a fim de fazer..."

Paris, França

Nossa aventura rumo a Paris começou na madrugada de sábado pra domingo, dia 24 pra 25 de julho. Meu vôo sairia às 7h15 do aeroporto de El Prat com horário previsto de chegada às 8h550 no aeroporto de Orly. Existem dois ônibus que nos servem da Praça Espanya ao aeroporto. Um deles é o 46 em horário normal e o outro é o N17 pela madrugada. O 46 eu já sabia de cor o caminho, o N17, não. O desgraçado fez um caminho totalmente diferente do outro, o que me deixou meio apreensivo. Mas, o motorista me disse que ia pro aeroporto, era só por um caminho diferente e mais longo. Ainda bem que saí bem cedo, umas 4h e alguma coisa. Bacana que o motorista tinha bom gosto e fomos a viagem inteira ouvindo Pink Floyd. Uma boa seleção que foi de Wish you were hera a Confortably Numb, the High Hopes a Dogs e aí por diante. Viagem longa, mesmo sem trânsito, quase 1h pra chegar na porra do aeroporto. Ow lugarzinho gigante. Creio que seja um dos aeroportos maiores do mundo já que, pra mudar de terminal, é preciso pegar um ônibus. Quando finalmente você entra no seu terminal, tem mais 1 milhão de check ins, depois, mais dois milhões de raios x e depois, mais 3 milhões de portões de embarques. Depois de várias esteiras rolantes, curvas pra lá, curvas pra cá, placas, mais esteiras e você e suas pernas, finalmente você chega ao seu portão de embarque. Ufa!! Então, pessoas, caso alguém venha usar o aeroporto El Prat de Barcelona, acho que chegar lá duas horas antes do embarque não é tão seguro. Melhor três. Quem já foi, sabe o que to dizendo, quem não foi, lembre-se disso.




Eu gosto de guri, mas definitivamente elas não combinam com aviões, ônibus e lugares fechados. Principalmente na parte da manhã dos dias. O vôo era as 7h15 da manhã e só tinha uma única guria dentro do avião, mas a putinha fazia tanto barulho que valia por bem mais que todas as 100 pessoas que estavam no avião. Não sei se ela tava com verme ou se era pura birra. O mais irritante é que a filha da putinha tava ao meu lado e a putona da mãe não fazia nada, mesmo com o avião todo reclamando. Apesar do vôo curto de apenas 1h30 de Barcelona pra Paris, pareceu bem mais devido aos gritos insuportáveis da filha da putinha espanhola. Já cheguei em Paris com raiva e, assim como Zurique (que fui de trem) e Lisboa (que fui de ônibus) não tive que passar por nenhuma imigração chata. Um estresse a menos depois de tanto grito infantil no ônibus. Chegando no aeroporto de Orly, as primeiras informações como chegar no albergue e pareceu tudo muito fácil. Acertei de primeira. Milagre!! Mas o que mais me chamou a atenção aqui em Paris foram os negões. Não tem nada a ver com racismo antes que venham me acusar de algo, hein. Só fiquei impressionado como tem muito negão e negona aqui pra tudo que é lado e, nem sempre imigrantes. Muitos franceses, mesmo. Não to exagerando, mais vi mais negão e negona aqui que loiros. Pra variar, sigo achando brasileiro onde quer que eu vá. No albergue, no primeiro dia, um grupo de paulistas, no outro dia, mineiros e no outro, acreditem, um grupo de recifenses. Tão longe pra encontrar gente da mesma cidade na França, hehe.





A primeira impressão sobre Paris foi ótima e eu tava animado. Apesar de chegar no albergue por volta das 11h e só poder entrar as 16h, relevei. Fiz amizade com o cara da portaria que milagrosamente lembro o nome: Nitin, mas esqueci o país dele, hehe. Tenho que manter a tradição, hehe. Comecei a falar sobre Fórmula 1, ele disse que também gostava e que poderia ligar a TV pra ver a corrida. Ufa. Não precisei entender uma palavra em francês pra entender toda a corrida. Ou melhor, aquela palhaçada. Além da corrida ser um saco, ainda houve MAIS UMA putaria descarada da ferrada. Visível a cara de sem jeito de Fernandinho e de brabo de Massa. Ok, às vezes, as ordens de equipes são necessárias e a única chance de Fernandinho voltar a briga do título era se Massa cedesse a posição. Mas, ganhar assim fica muito feio. Muito.

Acabada a corrida, finalmente pude entrar no meu quarto, tomar meu banho e finalmente dormir. Como o plano dessa viagem é de economia total, um dia eu chego a cidade e durmo. No outro conheço e no outro vou embora. É pouco, eu sei, mas o objetivo principal dessa viagem semmpre foi os shows e não turismo. Esse fica pra próxima vez. Mas aí veio minha primeira decepção em Paris. Quando fui abrir a mochila pra tirar as fotos do quarto, cadê a câmera? Sumiu. Procurei o albergue todo e sei que aqui não foi. Porque não tirei o olho da mochila um minuto sequer como sempre faço. Creio que na hora do Raio X no aeroporto de Barcelona, na hora de tirar o Notebook, devo ter esquecido de por a camera de volta. Ainda entrei em contato com o aeroporto mas é óbvio que o sortudo que achou não resolveu. Enfim, perdi meu dia, mas tudo bem. Hoje, na terça, fui conhecer a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Champs-Élyséss e a Montmartre. Poucas coisas, mas paciência, as únicas fotos que tenho são da recepção com o neo-zelandês que divide o quarto comigo me passou. Como to sem câmera, serve como recordação. Amanhã, quando estiver em Dublin, preciso providenciar outra câmera a jato, já que o objetivo principal dessa viagem que são os shows do Maiden não podem ficar sem registro de jeito nenhum.

As impressões que levo de Paris, assim como a todas as cidades e países da Europa que conheci até agora é a mesma. É bonito? Pra caralho. Tem gente bonita? Pra cacete. Mas, continuo sem querer morar por aqui. Tem gente idiota e imbecil em todo lugar, tem gente safada em todo lugar, tem gente fedorenta e suja em todo lugar, tem mendigo em todo lugar, ladrão em todo lugar. Enfim, gente é gente em qualquer lugar do planeta, não importa se seja loira, azul, preta, rosa ou roxa, gente é tudo igual. Agora que to viajando o mundo, posso dizer isso como fato e não como achismo.

PS: Dedico esse post à minha amiga Maria Cynthia e os outros amigos que tão me ajudando nessa viagem devido aos imprevistos que tem acontecido. As pessoas que tem me ajudado sabem quem são. Agradeço-lhes de coração, assim como minha família. Tudo de bom pra vocês. Ate Dublin, Irlanda, amanhã. Tudo de bom.

24 de julho de 2010

Barcelona, Espanha - 08/06 - 14/09/2010

"Está ao alcançe das mãos, experimente como é antigo o passado recente..."


Barcelona, Espanha

Vim e voltei tantas vezes à Barcelona nessa minha viagem maluca que, não me dei conta, pobre de mim, que ainda não tinha postado nada sobre Barcelona, apesar de já ter postado muitas coisas das outras viagens nessas minhas idas e vindas à Barcelona. Voltei tantas vezes, pois aqui mora meu amigo Calumby que me acolheu super bem em cada um dos dias que aqui estive. Foi amigo, foi pai, tio, irmão, tudo ao mesmo tempo agora. Tudo na medida certa. Ow Calumby, brigadão por tudo, monstro. Sem viadagem, vou sempre ter um carinho especial por você. Se alguém duvida da sua amizade, não posso ser uma dessas pessoas depois de tudo que fez por mim. Brigadão, monstro.







Vivi muitas coisas aqui em Barcelona e, apesar do pouco tempo, já me sinto em casa por aqui. Sem andar pela cidade, busão, metro, pontos turísticos, comer e, o principal, não mais me perder nem achar tudo super estranho. Acho que após 1 mes e meio aqui na Europa, já me acostumei com tudo. Nada mais me chama a atenção, hehe. Sou um cara difícil de ser entretido ou sensibilizado. Como o próprio Calumby diz, sou um Stranger, hehe. Que seja, o lado bom é estar seguro numa terra estranha. Amanhã, começa a minha mais ambiciosa aventura em terras europeias. Lá vamos nós, pra mais 50 dias sem pausa de viagens entre França (Paris), Irlanda (Dublin), Inglaterra (Stevenage), Alemanha (Hamburgo e Luebeck), Finlândia (Helsinque e Pori), Noruega (Bergen e Oslo), Hungria (Budapeste), Romenia (Bucareste, Cluj-Napoca e Brasóvia), Itália (Veneza e Milão), Bélgica (Bruxelas e Spa), Espanha (Valência), Holanda (Amsterdã), Áustria (Viena)e Dinamarca (Copenhagen) sem direito a casa de Calumby de porto seguro dessa vez. Sou eu, eu mesmo e a estrada. Será que dará certo. Será que sobreviverei a tantas cidades, países, moedas, línguas, mudanças de clima, metros, aviões, onibus, barcos ou simplesmente andando, será que o dinheiro vai durar? Também não sei. Mas, pra saber a gente precisa ir, não é? Chegamos a 48 dias de viagem hoje e ainda faltam 50 pela frente, hehe. Lá vamos nós, hehe.







Bons e maus momentos vividos em Barcelona. Mais bons que maus. Todos que pensam em viajar ou, até mesmo os que não pensam, ao menos uma vez na vida, devem considerar a opção de conhecer Barcelona, pois é uma cidade muito linda. As pessoas ainda são européias aqui e, por isso, cada um na sua e frio, mas, digamos que os espanhóis são um pouquinho mais quentes como nós. E não me refiro a nenhum cara espanhol, antes que meus amigos viados venham com suas ondinhas. Principalmente tu, Iuri, a bicha aqui é tu e todo mundo sabe! Depravada!! Se bem que entre tu e Thiers, não sei qual é a mais bicha das duas. Safadas!!!

Alguns lugares tem que ser obrigatoriamente conhecidos por aqui como a Praça Espanya, a Praça Catalunya, o Palau Saint Jordi, os Museus, os Parques e tantos outros cartões postais aqui de Barcelona. Uma cidade que, quando esfria, esfria, mas, quando tá quente, é pior que Hellcife. Agora mesmo, to derretendo como se estivesse aí em Hellcife. E olhe que aqui só escurece depois das 22h. Ou seja, é sol até pedir pinico. Cacete!! Maldito sol!! Sai sai, amarelo!!

Os últimos dias foram difíceis pra mim e meu amigo brasileiro, o Thiago. Lembram dele, né? Acreditam que depois de todo aquele rolo em Portugal, o fizeram perder o vôo por causa dum chaveiro, o que o obrigou a ficar mais um dia por lá, gastar com hospedagem, comida, transporte e etc e ainda disseram que não reembolsar o cara. É mole? O coitado ainda teve muuuito estresse no dia do embarque com um bando de portugueses implicando com ele. Ironia do destino, falamos tão bem de Lisboa, tivemos tantos bons momentos e na hora de deixar a cidade, os portugueses fazem tanta questão de ser chatos, mau-humorados, lentos e estúpidos? Espero que só sejam os portugueses do aeroporto mesmo...

Me senti o tio do Thiago aqui. Fui busca-los no aeroporto, o leveu em alguns pontos turísticos, mostrei como funciona o metro, onibus, como chega no aeroporto, o ajudei a planejar melhor sua viagem e resolver alguns problemas que o mesmo teve em relação a itinerários e albergues. O mesmo, também me ajudou bastante. Brigadão Thiago. Mantemos contato aqui sempre, ok? Não sumirei. Espero que tudo dê certo no resto da tua viagem. O Thiago vai a Alemanha amanhã e eu vou a França. E lá vamos nós. É isso, pessoas. Vejo vocês em Paris. Tudo de bom e cuidem-se.

20 de julho de 2010

Lisboa, Portugal II - 11-20/07/2010

"Amanhã numa cidade diferente, não haverá diferença no ar, as noites passarão do mesmo jeito, as estrelas estarão no mesmo lugar...como se chama essa cidade, como se chama a atenção de uma cidade que dorme, enquanto a gente infelizmente não..."

Barcelona, Espanha

Já tava ficando triste em Lisboa, Portugal, por ter tido a oportunidade de ir, mas pouco conhecer. Após o show do Deep Purple, tive um problema no meu cartão de crédito e fiquei liso, sem poder tirar dinheiro. Me restavam apenas 12 euros na carteira pra passar mais 4 ou 5 dias. Tudo bem que quando fizesse o check out do albergue, teria mais 10 euros guardados por ele pelo seguro da chave, mas, na prática, teria 12 euros pra me virar por quatro dias. Ainda bem que já tinha pago o albergue e comprado comida suficiente até o dia da minha partida. Porém, a economia mode on++ teria que ser enorme. E assim fiz. O negócio era passar os dias no albergue e fazer curtos passeios a pé mesmo com água na mão, sanduíches e biscoitos e nada mais. Passagens, entradas pra museus, lembrancinhas e afins, estavam, infelizmente, fora de questão.







Porém, minha sorte, mais uma vez mudou ao sabor do vento. Começou como azar e virou sorte. Fui dar um giro no sábado a tarde e, no caminho, achei uma sul africana desesperada. Segundo ela, não conseguia achar lugar pra trocar dinheiro e ninguém falava inglês. Ficou feliz quando comecei a falar com ela. Não que meu inglês seja perfeito, o que tá beem longe, mas foi o suficiente pra entende-la e vice-versa. Segundo ela, precisava ir ao aeroporto, voltar ao albergue pra pegar as malas (que era o mesmo que o meu) e de lá, voltar ao aeroporto novamente pra pegar o vôo. Fiquei com pena e emprestei os únicos 10 euros que me restavam. Segundo ela, tava de volta em meia hora, pediu o número do meu quarto, meu nome e disse que devolveria quando voltasse. Mais alguns segundos depois, pensei comigo mesmo: "Burro! Tá ligado que nunca mais verás as caras desses 10 euros e, a partir de agora, tás completamente liso, não é?! Fodeu!! Burro!!" É claro que acertei. Na volta, nem sinal da sul africana. Mas, os ventos me sopraram uma sorte dos diabos logo depois. Tava eu lá, de volta ao albergue em auto-análise de como um bom coração pode ser ingênuo e burro ao mesmo tempo. Aí, apareceu um brasileiro do Paraná, o Thiago. Fomos e fomos conversando. Acabou que o cara me convidou pra dar um rolé pela cidade a noite. Mas, expliquei minha situação. O gente boa se ofereceu a me bancar a noite e, não satisfeito, me convidou a passar mais um dia em Lisboa. Me emprestou dinheiro, me fez companhia, desbravamos em dois dias cada centímetro de Lisboa, andamos que nem dois condenados, torramos ao sol como omelete e voltamos vermelhos como duas lagostas estúpidas queimadas pelo sol. Mas valeu a pena. Perdi 10 euros, ganhei um amigo, companheiro de aventuras e, minha falida viagem sem graça a Lisboa mudou radicalmente pra uma aventura desbravante, hehe.






Após voltarmos pro alberguei, na madrugada de sábado pra domingo, fomos fazer um roteiro do que fazer no domingo e segunda. E posso dizer que a gente aproveitou muito bem nossos dois dias em Lisboa. Fomos a praticamente todos os cartões postais da cidade. Oceanário de Lisboa com direito a peixe pedra, feio que nem ele, bondinho com vista panorâmica da Ponte Vasco da Gama, a maior da Europa, o Castelo de São Jorge, o Mosteiro dos Jerônimos, a Torre de Belém, o Centro Cultural de Belém, o Padrão dos Descobrimentos, a Sé de Lisboa, o Porto, a Praça dos Restauradores, o caralho batendo palma, assobiando e plantando bananeira. A essa altura, as duas lagostas vermelhas queimadas já estavam roxas, mas tudo bem. O que importa é que a gente andou como duas vagabundas escravizadas, mas aproveitou cada minuto dois dois dias que a gente teve. A gente se deu bem pois tivemos algo em comum. Ambos tomaram pés nas bundas traumatizantes das suas ex-carrascas, digo, namoradas. E, nos identificamos ainda mais, hehe. Não nos entopercemos bebendo vinho, mas foi quase.

Após dois dias, era hora de voltar à Barcelona pra casa do meu amigo Calumby. O Thiago também viria pra Espanha, mas não sabia se pra Madri ou Barcelona. Conversamos e ele se decidiu por Barcelona. Como já conheço aqui, posso funcionar de guia ao Thiago e devolver toda a força que ele me deu em Lisboa. Conseguimos achar uma passagem no mesmo vôo que eu, na manhã desta terça, dia 20 de julho. E também consegui um albergue próximo pra ele. Combinamos de sair bem cedo, chegar umas duas horas antes do vôo no aeroporto pra não ter problema e, parece que eu tava adivinhando...as "aventuras" começaram na madrugada. Uma louca bêbada, hóspede do albergue, chegou pra lá de Bagdá, não conseguiu achar a chave do cofre dela e começou a berrar como louca e esmurrar o armário. Eram quase 4h da manhã. No começo, acordei, tentando entender o que porra tava acontecendo. Pensei que era assalto até, deu medo, frio na espinha e não sabia o que fazer. Se me finjia de morto no beliche, se levantava pra ver o que era ou se partia pra porrada com todas as armas que eu tinha em mãos no momento. Um travesseiro e meu bafo de recém-acordado descabelado. Esperei juntar gente e ai sai do beliche e fui ver o que era. Se a madame alcóolica queria chamar atenção, conseguiu, acordou as outras 13 pessoas que dividiam o quarto do albergue mais a gerente que, puta da vida, disse que se ela não parasse e fosse quietinha pra cama dela, ia chamar a polícia. Parecia cena de filme, mas não foi. Cinco minutos depois, a figura roncava na sua beliche. Enquanto o resto do albergue, claro, havia perdido o sono. Inclusive eu, claro. Obviamente não ia conseguir mais dormir as duas horas que me restavam e assim aconteceu. Saímos cedo como o combinado, eu e o Thiago e chegamos duas horas antes do vôo sair pra não haver complicação. Mas, claro, os famosos imprevistos tinham que acontecer. A puta da Vueling não achava meu nome na lista de jeito nenhum e o tempo foi passando. Após esperar como puta, numa fila de corno, sendo atendido por uma portuguesa mais feia que o cão de sutiã e mais mal-humorada que o seu Lunga, tive meu problema resolvido pouco mais de 20 minutos antes do vôo. Saí correndo como filha da puta com o Thiago pra não perder o vôo pra Barcelona, mas, ainda deu tempo de chegar. Mas aí, o problema começou pros lados do Thiago. Aconteceu algo de errado com a mala dele e o mesmo foi pedido pra esperar. Eu tive que entrar no avião e nada dele. Foi passando o tempo e nada dele. O avião subiu e nada dele. Fodeu, o Thiago ficou. O que a puta da Vueling tinha aprontado com ele? Não bastava o que tinham cagado comigo? Cheguei em Barcelona à procura de notícias dele e o máximo que consegui foi que ele tinha tido um problema com a mala e havia ficado em Lisboa. Putz...não tinha pego o celular dele e o meu, não serve, pois tá sem crédito e eu não lembro o número. Horas depois, já em Barcelona, consegui falar com ele via msn. A puta da Vueling, fez o rapaz perder o vôo, perdeu a mala dele, o fez ter gastos extras com albergue, comida e etc e ainda disse que não reeembolsa-lo. É mole? Daí que ele vai ficar preso em Lisboa até amanhã quando vou busca-lo aqui no aeroporto de El Prat em Barcelona. É mole? Acho que depois dessa, Vueling nunca mais!! Empresa filha duma puta!! Do lado de cá, to tentando ajudar o Thiago via msn com outra passagem. Sorte pra gente. Por hoje é isso, pessoas. Pra quem gosta de aventura, ok, mas ter um dia como esses, não quero de novo não. Basta o que já aconteceu até agora de imprevistos nessa viagem. Ainda vai vir mais? Se vier, que venha que eu encaro nessa porra!! Já passei por tanta coisa e não é agora que vou desistir!!! Venha o que vier e up the Irons!!


PS: Post dedicado ao meu amigo Thiago. Bicho, esquenta não que a gente vai resolver essa porra. To aqui resolvendo suas passagens e albergues e vou te buscar no aeroporto. Esquenta não que a gente resolva essa rola de 35cm.

17 de julho de 2010

Lisboa, Portugal - 11-20/07/2010

"Não sei onde eu to indo mas sei que eu to no meu caminho..."

Lisboa, Portugal

Pra quem gosta de aventuras, elas não tem faltado nessa minha viagem maluca e solitária. Eu nunca ouvi tanto as palavras doido, maluco, doente mental, corajoso e afins. Aqui na Europa, constantemente me chamam de "The crazy guy from Brazil". Eu virei um personagem? Bem, após tudo dar certo na viagem de Berlin, Stuttgart, Madri, Bilbao, a viagem aqui pra Lisboa, Portugal, foi igualmente longa, mas no final, ufa, deu certo do mesmo jeito. Saí do acampamento de Bilbao, Espanha, no domingo pela manhã, por volta das 10h30 com meus amigos da Galícia: Maxi, Adrik e Ritchie, que me abrigaram e me fizeram companhia, além de compartilharem sua amizade e bom humor por quatro dias. Do local do show, a excelente organização cedeu, mais uma vez, ônibus gratuitos pra várias partes da cidade. Decidi pegar um pro mesma estação de ônibus que cheguei à cidade. Pertinho e fácil. 10 minutinhos e tudo ok. Chegando na estação por volta das 11h, comprei a passagem pra Lisboa, Portugal. O ônibus sairia as 16h, faria uma escala em Madri às 20h45 e seguiria viagem a Lisboa, Portugal, a partir das 22h com chegada as 05h15, já que Portugal tem uma hora a menos que a Espanha.







Passagem comprada por volta das 11h e lá fomos nós procurar algum bar ou restaurante que fosse passar a corrida de Fórmula 1 que seria apenas as 14h. Missão aparentemente fácil, mas não foi, pois tudo estava fechado. Não quis andar muito pra não me perder, já que meu senso de sentido é é uma merda. Pra minha sorte, achei ao lado do mini-supermercado que fiz compras nos dias anteriores, um simpático barzinho-restaurante. Uma garçonete meio ela, meio ele, me atendeu com simpatia. Foi ainda mais simpática quando disse que era brasileiro. Muito simpático o povo de Bilbao. Perguntei se ela transmitiria a corrida e ela disse que sim, que eu era um rapaz simpático e ela poderia fazer isso por mim, hehe. Acho que já eram umas 12h, pois assim que ela ligou, começou a corrida da Gp2. Era um pequeno bar-restaurante, mas muito simpático. Comi um sanduíche, um suco de laranja, um red bull, uma água, alguns chocolates e fiquei lá. O problema é que a corrida de Fórmula 1 começaria às 14h e com sorte acabaria as 15h30. Teria que ver a bandeirada e ir correndo pra estação pois meu ônibus sairia as 16h, lembram? Pois acabou a corrida e lá saí correndo desembestado pra rodoviária. Cheguei lá as 15h45 e o já tavam entrando no onibus. Me acomodei no mesmo e tentei relaxar. No caminho a Madri (bem que meu amigo espanhol Miguel, que conheci em Londres, disse que Madri era um caos em termos de trânsito) peguei transito e comecei a me preocupar com a hora. O ônibus para Lisboa sairia as 22h. E o de Bilbao a Madri chegaria as 20h45, mas com o trânsito que tava, sei lá. Mas deu tudo certo, cheguei em Madri às 21h40. Deu tempo de ir ao banheiro, engolir um sanduíche e entrar no próximimo ônibus. Dormir em ônibus é uma tarefa meio complicada, mas nada que meus amiguinhos apraz e aprazolan não possam ajudar, hehe.

Claro, desmaiei e só acordei com o motorista português me acordando com seu sotaque peculiar: "Estás na estação sete rios, amigo." Isso eram 5h e pouca da manhã. De lá, teria que pegar um metrô pro local do albergue que eu havia esquecido de perguntar onde era. Mas, me virei. O problema é que as informações só abriam as 9h. Esperar era o jeito. O que mais faço é esperar nessas viagens em estações, aeroportos, shows, etc. Então, aprendi a lidar com isso e não sentir tédio. Ao menos por enquanto. Informações abertas, lá fui perguntar a senhorinha portuguesa como chegava no albergue. Pra minha sorte, apenas 3 estações do metro que ficava ao lado da estação de onibus. Cheguei falando ingles e me dei conta que tava em Portugal. Parece besteira, mas depois que você passa tanto tempo viajando e falando ingles, o portugues demora um pouco a voltar, hehe. Mas, tudo bem. No final do dia já tinha voltado ao normal.







Lugar bacana, limpo, podendo falar portugues e, pra variar, gente do mundo todo. Agora, acabou de chegar um brasileiro do Paraná, hehe. Simpático rapaz. Me convidou pra sair e me bancar já que estou com problema no meu cartão e só tenho 13 euros em espécie. Ainda bem que já paguei o albergue e comida pra todos esses dias. Ufa. Eu continuo os encontrando aonde quer que eu vá. E não é mentira. Fui hoje dar um giro aqui pela cidade baixa e alta. Nada muuuito interessante. Mas, preciso salvar dinheiro. E, como o objetivo principal dessas viagens é ver os shows e as corridas, dinheiro com turismo fica em segundo plano. Próximo ano, na minha próxima viagem maluca, gasto mais com turismo, mas o objetivo dessa viagem são os shows e as corridas. Então pessoas, é isso. Lhes falo na noite de sábado, dia 17 de julho, tarde aí. Tenho mais amanhã e segunda aqui. A tarde, irei ao aeroporto e lá ficarei esperando atéee a manhã da terça, dia 20 quando pego o próximo vôo à Barcelona novamente, casa do meu amigo Calumby, meu porto seguro aqui na Europa. Lá, terei menos de uma semana de paz pra planejar tudo e rever os detalhes de passagens, horários, rotas, albergues, custos, lugares do shows e etc, já que a próxima viagem durará 50 dias sem intervalos, incluindo Austria (Viena), Alemanha (Hamburgo e Luebeck - Wacken Open Air), Bélgica (Bruxelas - Maiden, Spa e Stanvelot (Gp da Bélgica), Dinamarca (Copenhage), Espanha (Valência - Maiden), França (Paris), Finlandia (Helnsinque e Pori - Maiden), Hungria (Budapeste - Szigfest Festival - Maiden), Holanda (Amsterdã), Inglaterra (Stevenage - Sonisphere Festival - Maiden e afins), Irlanda (Dublin - Maiden), Itália (Veneza - Maiden e Milão - Gp Formula 1), Noruega (Oslo e Bergen - Maiden), Romênia (Cluj-Napocca - Maiden e Brasóvia, Castelo do Conde Drácula) e Suécia (Estocolmo). Volto a Barcelona, Madri, São Paulo, Hellcife e ponto final à nossa turnê européia 2010, hehe. Tudo de bom, pessoas. Cuidem-se. Comigo, tá tudo bem. A solidão não tem sido problema. Um ótimo período pra refletir sobre a vida. Eu, eu mesmo e eu novamente o tempo todo, hehe.

14 de julho de 2010

Deep Purple, Coliseu dos Recreios, Lisboa, Portugal - 14/07/2010

"And you if hear me talking on the wind, you've got to understand we must remain perfect strangers..."

Lisboa, Portugal

Quando tive o privilégio de ver o Deep Purple ao vivo pela primeira vez, e logo na minha cidade, há já distantes sete anos, não podia acreditar. A lenda do rock inglês tocaria em Hellcife. Meio impossível acreditar na época. Era o primeiro grande nome da safra dos clássicos do rock and roll a tocar na cidade. E a mesma não fez feio e compareceu com cerca de 10 mil vozes. Bem diferente desse show que acabei de assistir aqui em Lisboa, Portugal.







A casa de show, chamada Coliseu dos Recreios, fica numa ruazinha estreita de paralepípedos. Lembra um pouco de Olinda e Recife Antigo. Um misto dos dois. Imagine estar entrando num Dokas, um pouco maior, beeem mais organizado. Um lugar pra receber shows, enfim. Pequeno, mas aconchegante. Palquinho pequeno num lugar pequeno. Um típico show do Deep Purple. Intimista, sem frescura. Nenhuma produção. Sequer um pano de fundo. Apenas o Deep Purple e sua mais pura essência. Nua e crua. Rock and Roll.

Pontualmente às 21h30 os caras começam o show. Bons britânicos. Com mais de 40 anos de estrada nas costas, a lenda inglesa sabe como abrir um show já enfiando garganta abaixo um clássico: Highway Star. A banda está velha. Ian Gillan com 64 anos ainda canta muito bem, mas sabe que não aguenta mais atingir notas tão altas e por isso, não tenta. O que, no meu ponto de vista é o certo. Se sabe que não aguenta mais, pra que forçar? O mesmo com o baterista, Ian Paice. Faz um curto solo porque sabe que seus 62 anos já não lhe permitem tamanhas travessuras. E o resto da banda, Roger Glover, 64 anos, Don Airey 62 segue na mesma direção. Porém, sem perder sua excelência e competência. Senhores do rock. Senhores de si mesmos.







O caçula da banda, único sem cabelos brancos é o Steve Morse que também não é nenhum garoto já que tem apenas 55 anos. Mas sua cabeleira loira e postura juvenil enganam muito. Quem não o conhece, daria no máximo 40, nem de longe os 55 que tem. É o único que fisicamente se permite mais exageros. Mas a idade não fez mal ao Deep Purple. A idade chega para todos e é bastante visível que em 7 anos entre os shows de Recife e de Lisboa a banda envelheceu muuito, mas a paixão pela música não mudou. Os senhores do rock and roll voltarm duas vezes para o bis e fizeram um show de quase 2h, saindo da já habituais 1h20. O público português respondeu muito bem e por isso a banda voltou duas vezes. Nada feroz como o público brasileiro, mas uma ótima resposta à banda. Assisti o show da grande sem nenhuma selvageria. Na maior tranquilidade. Um senhor portugues com sua filha e, claro, sempre, hehe, um brasileiro. De Minas, este. Ao final do show, conversando com o mesmo, eis que aparece mais um, esse de Aracaju. Impressionante. Aonde quer que esteja, cada país, cada cidade, sigo sempre encontrando ao menos um brasileiro. Vão achar que to mentindo, mas é a mais pura verdade. E foi assim que me despedi dos caras e voltei pro albergue. Vinte minutinhos andando e apenas 28 euros que pagaram muito bem clássicos como Highway Star, Black Night, Lazy, Speed King, Space Truckin, Tutti Frutti, Hush, etc. Um show sem frescuras como é o Deep Purple. Cru, e direto. Apenas rock and roll.

PS: Esse post é dedicado ao meu amigo Jayminho. Há uns oito anos fiz uma festa na minha casa e ele levou um VHS do Deep Purple chamado "Como Hell or High Water". Eu assisti essa fita tantas vezes que, honestamente, não sei como a devolvi inteira. Sem dúvidas um dos melhores registros do Deep Purple. Foi paixão à primeira assistida. Tudo de bom pra tu, feio.

12 de julho de 2010

BBK Live Festival, Kobetamendi, Bilbao, Espanha - 08-10/07/2010

"Mas não precisamos saber pra onde vamos, nós só precisamos ir..."

Lisboa, Portugal

Fizemos nossa mais longa viagem até então. Saímos de Berlim pela manhã, pegamos um rápido metrô com apenas uma estação. Depois mudamos para um trem expresso pro metrô e lá chegamos em menos de vinte minutos por menos de € 4. Fomos ao aeroporto de Schonefeld em Berlim e lá esperamos o vôo pra Stuttgart. Algumas horas de chá de cadeira e outro vôo pra Madri. De lá, um rápido e barato ônibus, apenas € 1 pra estação de ônibus. Mais algumas horas de espera e mais algumas horas de ônibus até o nosso destino final, Bilbao, Espanha. Tenho um azar desgraçado com companheiros de poltronas. Na viagem à Suíça, peguei o hippie-peidão alemão fedorento. Mas ao menos o cara era bacana. Dessa vez, fui com outro hippie doidão ao meu lado. Mas, além de fedorento, o desgraçado era cheio de tiques. Sabe quando alguém tem a respiração ofegante quando acabou de correr? Era assim o tempo todo o infeliz. E se coçava e coçava a barba o tempo todo. No meio da viagem, sem cerimônia, tirou a roupa e dormiu no chão do ônibus. No corredor. Literalmente um bicho. A capital da província de Biscaia, no País Basco, Espanha. Uma pequena cidade de cerca de 350 mil habitantes.







Chegamos logo cedo na quinta-feira em Bilbao. Seis horas de uma manhã fria e chuvosa. Gente da Europa toda chegava a todo momento na pequena rodoviária. Logo conheci dois caras bacanas da Galícia, uma comunidade autônoma na Espanha que tem seu próprio idioma que é beem parecido com o português pra minha sorte. Os caras eram duma cidadezinha de cerca de 100 mil pessoas chamada Ourense. Era o Maxi, de 33 anos e o Adrien de 16. O primeiro, o tio, o segundo, o sobrinho. Logo fizemos amizade e nos entrosamos. Caminhamos 10 minutos da estação para lá esperar o ônibus que nos levaria ao local do festival numa região montanhosa e de estradas sinuosas a 10 minutos dali. Nota 10 para a organização do BBK Live Festival que disponibilizou ônibus gratuitos do estádio ao local do show e vice-versa durante quatro a cada 5 minutos. Ou seja, era possivel ir da cidade ao local do show e voltar a cidade pra comprar comida e o que mais fosse necessário. Muito barata e amistosa a cidade. Fomos sempre muito bem tratados pela pequena população de Bilbao.

Assim que chegamos ao local do show, ficamos impressionados com a beleza do lugar. Localizado numa colina onde podia se ver toda cidade de Bilbao. Lindo lugar, muito verde, muitas árvores, polícia nos observando 24h. Nota 11 pra organização do evento. Logo montamos as duas barracas, voltamos à cidade, compramos muita comida por um preço muito bacana, voltamos, comemos e fomos ao primeiro dia do festival, na mesma quinta, 08 de julho que teria como atrações principais Slayer e Rammstein. Honestamente, só queria ver estas duas bandas, pois não fazia a mínima questão de assistir as outras.







Slayer

Fiquei surpreso ao conseguir ver o show dos americanos malvados da grade e não ser morto por ninguém. Muito civilizado o povo espanhol. Tinha gente da Europa toda também, principalmente ingleses. Mas, sobrevivi a grade sem muito sacrifício. O show burocrático mas competente e pesado, muuuito pesado de sempre. Esse é o Slayer. Entram no palco, tocam seus clássicos, sem muita simpatia, sem muito carisma mas com muita competência e brutalidade. Bem, esse é o Slayer. Todos satisfeitos com Reign in Blood, Dead Skin Mask, South of Heaven, Angel of Death, entre outras. Pouco mais de uma hora de show. Suficientes pra por todo o ódio pra fora e sentir-se em paz pro show do Rammstein logo a seguir no palco 2, o principal.

Rammstein

Pontualmente as 23h30, os alemães sobem ao palco com uma pequena introdução de fundo. Após as primeiras bombas, cai o pano preto e mostra-se uma imensa bandeira alemã de fundo. Mais alguns segundos e a mesma cai, revelando um cenário fabuloso e futurista. Alemão é uma língua difícil e aposto que, assim como eu, poucos entendem algo das letras sem auxílio de tradução. Mas, a música em si é pesada, forte, suficiente pra contagiar e agradar a todos os amantes de heavy metal. Nota 12 pra produção da banda que bem que poderia mudar seu nome pra FIREstein. O uso de fogo durante todo o espetáculo é uma das características da apresentação dos alemães. São banheiras incendiadas, integrantes inçados ao teto do palco derramando cachoeiras de fogo do teto, lança-chamas, fogos de artifício no ar, estrelinhas, enfim, tudo que pode existir de pirotecnia, você verá num show do Rammstein. Se achei fantásticas e históricas as produções e pirotecnias nos shows do AC/DC e Kiss, o Rammstein, certamente entrará na lista das maiores produções que já vi na vida. Fantástico.

Após o show, eu e dois galegos (sim, quem nasce na Galícia, assim é chamado), estávamos exautos e lá fomos às nossas barracas comer e dormir pro dia mais importante do festival, a sexta, dia 09 de julho com o Pearl Jam como banda mais esperada do festival. Tomei meu remedinho e dormi umas duas horas. Quando acordei, nem sinal dos galegos. Fui à barraca deles e tava trancada com cadeado. Então, haha, outro vizinho de barraca, brasileiro, hehe, este de Mogi das Cruzes, me deu o recado que eles não quiseram me acordar e que estariam me esperando no local dos shows e que se não conseguisse encontra-los, após os shows, estariam na barraca em frente à minha.

Gogol Bordello

Cheguei na hora do show dessa banda única. Única porque tem nacionalidade multiétnica. Há músicos de todas as partes, Ucrania, Rússia, Israel, Etiópia, Equador, Estados Unidos, China, Japão, o caralho. Por toda essa mistura, faz o show ser um espetáculo único em termos de música e performance. Há teatralidade e mudanças rítmicas o tempo todo. Um som forte, impossível ficar parado. Um dos melhores shows do festival. Uma surpresa pra mim. Há tanta energia, tanta teatralidade na performance dos músicos, tantos instrumentos que até os frios europeus piraram nos shows desses ciganos. Fantástica é a palavra pra descrever este show.

Alice in Chains

Após o lamaçento show que vi dos caras no Sonisphere Festival na Suíça, tava muuito ansioso pra ver novamente os caras. Dessa vez num lugar seco e com atenção e assim fui. Aos poucos fui chegando na grade e lá conheci um povo bacana da Grécia e Islândia. Após o começo do show porém, apareceram uns espanhóis cuzões e bêbados e começaram a empurrar a todos. Como tava com câmera e laptop na mochila, não quis confusão com esse tipo de babaca e fui aos lados. Achei um lugar bacana e lá tive uma ótima visão do show sem nenhum idiota bêbado querendo confusão. É bonito ver que essa banda conseguiu sobreviver a uma tragédia pessoal que foi a morte do vocalista Layne Staley e após anos num casulo decidiu sobreviver com a ajuda do carismático William DuVall e está aí na ativa firme e forte. Lindas músicas. Umas melódicas, outras pesdas. É muito emocionante ver estes caras ao vivo após um drama pessoal tão traumático. O Alice in Chains é um exemplo de que a gente precisa ir em frente quando nossos melhores amigos se vão. É uma forma de provar a nós mesmos e a eles que por eles, sobreviveremos. Isso é fantástico. Sem comentários sobre o show dos caras. Destruidor.

Pearl Jam

E eis que chegava o momento mais esperado do festival. Sem frescura, Eddie Vedder entra no palco com sua tradicional garrafa de vinho, set-list na mão e um sorriso estampado na cara. Sem muita frescura, começam o show com "Do the evolution". E daí em diante foi clássico atrás de clássico como "Why go", "Given to fly", "Alive", "Black", etc. O público se mostrou insano. Nem pareciam europeus. Foi preciso o Eddie Vedder parar o show, dizer que entendia que eles queriam chegar perto da banda, mas pra evitar que alguém se machucasse, todos dessem três passaos pra trás. Pedido atendido e show em frente. Impressionante o carisma espontâneo do vocalista. "Vamos falar em inglês porque espanhol é uma merda", hehe e assim por diante. A simpatia em pessoa. O ponto mais alto do show foi quando o mesmo perguntou se alguém queria cantar uma música. Um cara disse que sim ele o convidou ao palco. Pra delírio do sortudo e do povo. O cara mandou bem e cantou perfeitamente "Daughter", com direito a um gole de vinho da tradicional garrafa do Eddie Vedder, abraços e os dois se jogando no chão do palco. Se via perfeitamente a felicidade estampada no rosto do Eddie Vedder e se sentia que aquilo não era nenhuma armação. Momento clássico e lindo da noite. Com um bis com a linda e acústica "Just Breathe" e a clássica "Alive", o Pearl Jam se despediu de Bilbao deixando um lugar entupido com mais de 30 mil pessoas em extase. Um dos maiores shows que vi na vida. Não preciso dizer que chorei, não é? Hehe. Um dia depois, a banda tocou em Portugal, onde estou agora, e lá anunciou que vai dar uma parada por tempo indeterminado. Não é o fim. Apenas umas férias que acho sadias e necessárias pra todas bandas com uma longa e vitoriosa carreira. Nós estaremos aqui os esperando o tempo que for preciso.

Set List

01. Do The Evolution
02. Corduroy
03. Hail Hail
04. Why Go
05. The Fixer
06. Dissident
07. Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town
08. Unthought Known
09. Even Flow
10. Arms Aloft (Joe Strummer & The Mescaleros cover)
11. Given To Fly
12. Comatose
13. Porch
14. Got Some
15. Amongst The Waves
16. Black
17. Rearviewmirror
18. Just Breathe
19. Daughter
20. Alive


Faith No More

E pra fechar o último dia do festival teríamos o Faith No More. Um monte de bandas, mas apenas os americanos de interessante. Se Eddie Vedder impressionou com sua performance, carisma e simpatia, Mike Patton. Falando em espanhol o tempo todo, brincando com o público o tempo todo, os americanos fizeram um show pra lá de especial pra um público bem pequeno em relação aos dias do Rammstein e Pearl Jam. Teve de tudo no show. Cover de Ben de Michael Jackson, o cacete. Mas o momento mais marcante do show foi quando o vocalista se jogou no público que o fez surfar por todo o local, até devolve-lo ao palco. Fantástico show, fantástica performance com direito a dois BIS. Ao final do show, Mike Patton, sempre em espanhol, mandou bessitos pra todos e se despediu. Ótimo final de um festival marcante.







Hora de voltar a barraca pra dormirmos a última noite já que domingo cedo, teríamos que desmontar todas as barracas, organizar tudo e seguir viagem. Os bons amigos da Galícia pra sua cidade e eu rumo a Lisboa, Portugal. Essa próxima aventura, fica pro próximo blog. Esse tem como tema principal o BBK Festival. Vivi ótimas história e levo no coração todas as coisas que lá vivi. Uma grande final de semana, ótimos shows. Dias pra guardar na memória.

PS: Sem dúvida, esse post vai em homenagem aos meus amigos da Galícia Maxi, Adrien e Ritchie. Obrigado pela simpatia, amigos. O mundo tá cheio de cuzóes mas ainda e felizmente existe muita gente boa nele. Esses caras que sequer me conheciam, me cederam uma barraca, comida, sua simpatia e companhia por todos os quatro dias seguintes e não me cobraram um euro sequer. Muito gratificante e bonito isso. Espero manter contato com esses caras para, no próximo ano, vê-los de novo. Maxi e Adrien, não esqueçam de Porto Alegre, hehe. Tudo de bom.